É uma inovação 100% portuguesa, premiada pela Europa, e que está a um passo de chegar a hospitais e clínicas de todo o mundo.
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Chama-se Fast-bact, testa rapidamente a suscetibilidade de bactérias a antibióticos, e foi premiado com 2,6 milhões de euros de um programa comunitário.
O teste poupa tempo no diagnóstico e permite uma resposta rápida e eficaz em casos de infeções. Por isso, tem impacto na qualidade de vida dos doentes e ainda reduz custos nos cuidados de saúde. O consórcio europeu Fast-bact liderado pela empresa portuguesa FasTinov, de Matosinhos, e que integra a Roboptics, de Oliveira do Hospital, e outras estruturas de Espanha, Itália e Holanda, vai aplicar a quantia na produção dos kits em larga escala. A verba chega do programa FTI - Fast Track to Innovation, apoiado pelo programa comunitário de incentivo à ciência e inovação.
Com uma simples amostra de sangue, o kit, que tem um software próprio e um citómetro de fluxo para analisar células, entra em ação para em uma ou duas horas avaliar se um antibiótico ou um antifúngico é adequado para eliminar o que causa uma grave infeção. Ou então se há resistências ao fármaco e qual é o mecanismo de resistência desenvolvido pelo microrganismo. Neste caso, isola-se o doente e evita-se a propagação da infeção. Os métodos que atualmente existem no mercado demoram mais tempo até ao diagnóstico, um a dois dias.
"É uma outra maneira de ver se a célula está ou não em sofrimento", adianta ao JN Cidália Pina Vaz, uma das fundadoras e presidente da FasTinov, professora de Microbiologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. E mais rápida do que os procedimentos utilizados. "É um produto que tinha de chegar ao mercado. É uma ideia inovadora e que, por isso, captou investimento europeu", sublinha.
O projeto nasceu na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e a ideia tem cerca de uma década. Até que ganhou vida ainda em protótipo, por enquanto. A patente do protótipo foi aprovada nos Estados Unidos e outros registos foram já pedidos na Europa, no Brasil e no Japão.
O programa europeu, apoiado pelo Horizonte 2020, vai atribuir quase 36 milhões de euros a 16 projetos inovadores. Estimular a competitividade em mercados globais é um dos objetivos deste apoio que segundo Carlos Moedas, comissão europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, contribui "para o êxito de empresas europeias, em particular PME, na comercialização de novos produtos e serviços".