O primeiro-ministro afirmou, segunda-feira, que "todos" os ministros agora remodelados - Azeredo Lopes (Defesa), Manuel Caldeira Cabral (Economia), Adalberto Campos Fernandes (Saúde) e Luís Filipe Castro Mendes (Cultura) - pediram para abandonar as suas funções no executivo.
Corpo do artigo
10002904
"Foram todos a pedido dos próprios, como consta do decreto do senhor Presidente da República", declarou António Costa, depois de interrogado se, tirando o caso do pedido demissão de Azeredo Lopes, que foi público na sexta-feira, também os restantes ministros lhe tinham solicitado a sua exoneração.
10002904
O líder do executivo falava aos jornalistas no Palácio de Belém, após a cerimónia de posse dos novos ministros: João Gomes Cravinho (Defesa), Pedro Siza Vieira (Economia), Graça Fonseca (Cultura) e Marta Temido (Saúde).
António Costa referia-se à nota que foi divulgada no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que: "o Presidente da República aceitou hoje [domingo] as propostas do primeiro-ministro de exoneração dos atuais ministros da Cultura, da Saúde e da Economia, a seu pedido, e dos ministros Adjunto e do Ambiente".
Após a cerimónia de posse, o primeiro-ministro foi também confrontado pelos jornalistas com o caráter inédito de quatro novos ministros assumirem funções em pastas cujo orçamento foi preparado pelos seus antecessores no cargo.
O primeiro-ministro, porém, afastou qualquer problema no funcionamento do Governo resultante do processo de transição de pastas.
"As propostas de Orçamento não são dos ministérios, os orçamentos não são dos ministros, os orçamentos são do Governo. O Governo é como um todo e, por isso, concluída a aprovação (pelo executivo) da proposta de lei, todos se encontram em condições de dar execução, uma vez ele seja aprovado pela Assembleia da República", alegou.
Questionado se as mudanças que agora são operadas no setor da energia, que transita da Economia para o Ministério do Ambiente, são favoráveis aos interesses de empresas como a EDP, António Costa contrapôs que as mudanças "fazem seguramente a vontade a todos aqueles que têm consciência de que as alterações climáticas são uma ameaça real".
"As alterações climáticas constituem mesmo o maior desafio que se coloca atualmente para o ambiente. Isso significa que a política de energia tem de estar orientada pelo objetivo fundamental de se assegurar a descarbonização da economia e a transição energética. Por isso, a energia está onde deve estar, ou seja, no Ministério do Ambiente", acrescentou.
Costa defende que o seu executivo tem agora uma dinâmica renovada
O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que, com a apresentação da proposta de Orçamento do Estado no parlamento, encontrou-se o momento ideal para dar "uma dinâmica renovada" ao Governo, tendo em vista o cumprimento do seu programa.
9998871
António Costa falava aos jornalistas após a cerimónia de posse dos quatro novos ministros da Defesa, João Gomes Cravinho, da Saúde, Marta Temido, da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Cultura, Graça Fonseca. O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, também foi empossado como titular da pasta da Transição Energética.
"A proposta de Orçamento do Estado para 2019 que o Governo vai apresentar à Assembleia da República é momento para darmos uma dinâmica renovada à execução do Programa do Governo. Por outro lado, parece-me também oportuno proceder a duas alterações orgânicas que têm a ver com a ideia de dar uma nova centralidade à política económica no centro do Governo e de tratar o tema da transição energética como crucial para o futuro do ambiente", declarou o primeiro-ministro.