Quando Paulo VI lançou, em 1968, a proposta de dedicar à paz o primeiro dia de cada ano, os papas, através de mensagens, têm proposto aos homens e mulheres de boa vontade reflexões sobre os múltiplos elementos da construção da paz.
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Este ano, no 42.º Dia Mundial da Paz, Bento XVI propôs objectivo mobilizador de "Combater a pobreza, construir a paz". Na nossa casa comum, a Terra, milhões de pessoas vivem, ainda hoje, em situação de extrema pobreza: 900 milhões de seres humanos vivem com menos de 0,70 € por dia; cada seis segundos uma criança morre de fome; e há mais de 800 milhões de pessoas em países pobres que não têm comida suficiente para satisfazer as suas necessidades calóricas básicas. Portugal também é afectado pelo estigma da pobreza. O Instituto Nacional de Estatística indica que, em 2006, 18% da população portuguesa vivia no limiar da pobreza. Como dizia o Prémio Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, a pobreza é "a ausência de todos os direitos humanos. As frustrações, a hostilidade e a raiva geradas pela pobreza abjecta não podem garantir a paz em nenhuma sociedade. Para construir uma paz sustentada, é necessário encontrar formas de criar oportunidades para que as pessoas possam ter uma vida decente". O ideal seria que todos se convencessem que podem dar o seu contributo para erradicar a pobreza e garantir a paz.