Um surto de tosse convulsa está a assustar a Europa e Portugal também já regista um aumento de casos. Conheça a doença, quais os seus perigos e como se trata.
Corpo do artigo
O que é a tosse convulsa?
É uma doença infecciosa aguda, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). A tosse convulsa, que também pode ser denominada por tosse coqueluche ou pertússis, é mais perigosa para bebés, podendo provocar complicações fatais.
Como se transmite?
Transmite-se de pessoa para pessoa através das gotículas de saliva que são expelidas pelos espirros ou tosse do doente. Também pode ser transmitida pelo contacto com objetos contaminados com secreções da pessoa infetada. O período de contágio é mais intenso na primeira semana.
Quais os principais sintomas?
Na fase inicial, os sintomas da tosse convulsa são semelhantes aos de uma constipação comum (espirros, corrimento nasal, febre baixa e tosse ligeira). Após duas semanas, a tosse agrava-se e caracteriza-se por acessos consecutivos seguidos de um ronco ou guincho. Estes acessos de tosse, de início mais frequentes à noite, terminam muitas vezes com expulsão de muco e vómito. Nos bebés pequenos, pode não haver guincho e os ataques de tosse podem ser seguidos de breves períodos em que a respiração pára.
Em que idades devem ser tomadas as vacinas?
A tosse convulsa em bebés não vacinados ou cujas mães não foram vacinadas durante a gravidez pode ser grave. Por isso, o Programa Nacional de Vacinação prevê, desde 2016, a imunização das grávidas (entre a 20ª e as 36ª semanas de gestação, idealmente até à 32ª ) e das crianças com cinco doses (aos 2, 4, 6, 18 meses e aos cinco anos).
Como evolui a doença ?
A tosse convulsa caracteriza-se por três fases: a fase catarral (1 a 2 semanas), em que surgem os primeiros sintomas (inflamação e corrimento nasal, tosse não produtiva, febre baixa); a fase paroxística (2 a 6 semanas), em que a tosse se agrava e os momentos de intensidade podem ser acompanhados de cianose (coloração azulada da pele e dos lábios) e inchaço da língua. É nesta fase que surge um ruído inspiratório e a tosse pode provocar o vómito. Por fim, a fase de convalescença (2 a 6 semanas), com diminuição progressiva dos sintomas.
Como se trata?
O diagnóstico é feito por observação clínica, podendo ser realizados exames laboratoriais para pesquisa da bactéria. Quando o médico suspeita de tosse convulsa, o tratamento recomendado é o antibiótico.