Os trabalhadores da agência de notícias Lusa cumprem, esta quinta-feira, o primeiro de quatro dias de greve. Concentrados em Lisboa e no Porto, os trabalhadores reivindicam aumentos salariais e rejeitaram a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, no valor de 74 euros. A adesão, garantem os sindicatos, é "extremamente significativa" e a "empresa está paralisada". A paralisação dura até domingo.
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"Os trabalhadores estão cansados e unidos em torno desta luta porque consideramos que há margem para negociar. A adesão à greve tem sido extremamente significativa. Não há notícias na linha da Lusa desde a meia-noite. A empresa está efetivamente paralisada. A adesão no Norte é muito significativa e, em Lisboa, os trabalhadores também estão concentrados. Por todo o país, há trabalhadores em greve", revelou ao JN Simão Freitas, jornalista da Lusa e dirigente do Sindicato dos Jornalistas.
De acordo com Simão Freitas, o processo negocial entre os sindicatos e a administração com vista a aumentos salariais iniciou-se há mais de um mês. "A administração, inicialmente, tinha oferecido aumentos de 35 euros, o que consideremos baixo tendo em conta que pedíamos 120 euros, ou seja, 10 euros por cada ano em que não tivemos aumentos salariais reais. Os trabalhadores da Agência Lusa não têm aumentos reais há 12 anos", recorda o dirigente sindical.
Esta segunda-feira, chegou uma contraproposta: a administração admite subir o valor da atualização salarial dos iniciais 35 euros para 74. Os trabalhadores rejeitam e os sindicatos já apresentaram uma nova proposta para um aumento salarial de 100 euros. Em plenário, 105 trabalhadores votaram a favor da manutenção da greve de quatro dias. Apenas 28 trabalhadores votaram pelo adiamento da greve enquanto decorrerem as negociações salariais e três pessoas abstiveram-se.
Esta quinta-feira, entre as 10 e as 13 horas, os trabalhadores estão concentrados à porta da sede da Lusa, em Lisboa, e em frente à delegação do Porto. Para sexta-feira, está marcada uma concentração em frente à residência oficial do primeiro-ministro, entre as 11 e as 13 horas. A paralisação está convocada para todo o dia e dura até domingo.
"Estamos disponíveis a chegar a um acordo tendo em vista a melhoria das nossas condições. Voltamos à mesa [negocial] já não com 120 euros, mas com 100 euros para tentar ir ao encontro da administração e esperando que a administração venha ao nosso encontro", referiu Simão Freitas.