Os trabalhadores afetados pela paragem da Megasa na Maia e no Seixal devido ao "radical" aumento dos custos de energia estão a gozar férias. Ao JN, a Megasa diz que "decidiu antecipar a paragem anual que costuma fazer durante o verão, pelo que, neste momento, os colaboradores estão a gozar o período de férias".
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A empresa diz-se "apreensiva com a escalada dos preços da eletricidade no mercado grossista", tendo em conta que é o "principal consumidor de energia elétrica em Portugal e um dos principais de gás natural". A empresa tem 740 empregos diretos, 3500 indiretos e uma exportação equivalente a mil milhões de euros anuais.
A leitura que faz da crise energética em Portugal, face aos restantes países europeus, é pessimista. "É pior e mais preocupante, quando comparado com a situação que se vive no centro da Europa. Por duas razões: primeiro, porque os preços estão totalmente descontrolados e são muito superiores (mais de 15%) no mercado ibérico do que em relação à Alemanha, depois porque em Portugal não existem os mecanismos de apoio à indústria eletrointensiva que os outros países, quase todos, adotaram há muitos anos", salienta a empresa.
"A esta situação acresce a incerteza quanto ao anunciado fim da interruptibilidade que, sem haver um quadro suficiente de medidas alternativas, compromete fortemente ou pode até inviabilizar uma parte muito importante da atividade da Siderurgia Nacional", acrescenta.
A Megasa exporta mais de 70% da sua produção, principalmente para o resto da Europa. A subida de preços no mercado, unida ao anunciado fim da interruptibilidade, inviabiliza a sua capacidade de exportação e "por outro lado, favorece capacidade desses concorrentes no mercado nacional", acrescenta.