Milhares de pessoas desfilaram, esta quinta-feira, entre o Largo do Camões e a Assembleia da República, em Lisboa, num protesto convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) para reivindicar o aumento dos salários, o controlo dos preços e a melhoria das condições de trabalho.
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Gritando frases como "precariedade não, estabilidade sim", estiveram presentes na manifestação milhares de trabalhadores dos mais variados setores, desde enfermeiros a professores, passando por profissionais do setor da construção civil e por investigadores.
"Não podemos, não queremos e não temos de esperar mais. Já o dissemos e aqui o repetimos, o 'depois' deles tem de ser agora", defendeu Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, num discurso chegada ao Parlamento, alertando para a importância de aumentar os salários agora, por ser "agora que falta para a comida, para a casa, para o aquecimento, para os medicamentos".
Entre as reivindicações da CGTP está o aumento dos salários em pelo menos, 10% e não inferior a 100 euros para todos os trabalhadores e a fixação do salário mínimo nacional em 850 euros. "Não queremos apoios que aliviam um mês, mas não resolvem os outros 11, queremos salários e pensões que nos permitam viver com dignidade, queremos o que é o nosso por direito, porque somos nós que produzimos a riqueza", alertou Isabel Camarinha, garantindo que a luta vai continuar.
As profissões presentes na manifestação divergem, mas as reivindicações são as mesmas: a melhoria das condições de trabalho, o aumento dos salários e o controlo do aumento dos preços, bem como a redução do limite máximo de horas de trabalho para 35 horas semanais.
"Temos na rua a expressão e a voz dos trabalhadores que exigem resposta aos seus problemas", defendeu Isabel Camarinha, líder da CGTP, em frente à Assembleia da República, lembrando o elevado número de participantes no protesto que se fizeram sentir um pouco por todo o país.
Também Catarina Martins, coordenadora nacional do BE, esteve presente no protesto. "Estas manifestações são sobre a estrutura da economia em Portugal e sobre a necessidade de haver uma ruptura com a especulação", disse aos jornalistas.
O protesto contou ainda com a presença de Jerónimo de Sousa, ex-secretário geral do PCP e de Paulo Raimundo, atual líder do partido e ainda com Mário Nogueira, dirigente da FENPROF.