Trabalhadores expostos ao amianto estão a ser rastreados através do sopro
Programa quer aumentar deteção precoce de mesotelioma. Arrancou na Fundação Champalimaud e irá diagnosticar 200 operários de fábricas de fibrocimento e da indústria naval.
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Manuel Papa começou a trabalhar na Cimianto com 16 anos, em 1965. A Guerra Colonial desviou-o quatro anos para a tropa, mas não se despediu daquela fábrica que produzia coberturas e isolamentos para a construção civil, em Alhandra, Vila Franca de Xira. Esteve, pelo menos, 36 anos exposto, de forma continuada, ao amianto até se reformar. O ex-trabalhador, de 76 anos, foi dos três primeiros de um universo de 200 voluntários a serem rastreados num programa de diagnóstico do mesotelioma pleural maligno da pleura através do sopro.
Em Portugal, registam-se, em média, 38 casos por ano deste cancro que se desenvolve na pleura associado à exposição prolongada do amianto. Até agora, não existia um diagnóstico precoce.