CGTP diz que “é urgente mudar de rumo”. Reivindicados aumentos salariais de pelo menos 15%. Protestos em Lisboa, Coimbra e Porto. Fotos de Patrícia de Melo Moreira, Manuel Fernando Araújo e Manuel de Almeida, da Lusa.
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Milhares de trabalhadores manifestaram-se, ontem, nas ruas de Lisboa, Porto e Coimbra por “mais salários e melhores pensões”, numa ação convocada pela CGTP. A pouco mais de um mês das eleições, a Intersindical quer saber quais as propostas do partidos para o país, pondo desde já várias exigências em cima da mesa, nomeadamente aumentos salariais de 15%, num mínimo de 150 euros.
O pontapé de saída dos protestos deu-se logo pela manhã na Invicta, com o coordenador da União de Sindicatos do Porto a avançar à Lusa que, além da subida dos salários, a CGTP exige “o fim da caducidade da contratação coletiva, a redução do horário de trabalho e o fim da precariedade". No mapa reivindicativo está, ainda, a subida do salário mínimo dos atuais 870 euros para os mil euros.
Para Filipe Pereira, o protesto "assume ainda mais importância, numa perspetiva de trazer para a ordem do dia aquilo que são as verdadeiras reivindicações de quem trabalha e de quem trabalhou, nomeadamente dos reformados, pensionistas e jovens", sublinhou. Da parte da tarde, em Lisboa, o secretário-geral da CGTP desafiou os partidos a dizerem o que têm "a propor e a discutir no que diz respeito à valorização dos trabalhadores”, concretamente “no combate à precariedade e à desregulação dos horários, mas também à valorização dos serviços públicos”.
Trazer a luta para a rua
Para Tiago Oliveira os trabalhadores responderam com uma “participação enorme, com muita força, com muita determinação” nas manifestações de ontem. “Fica aqui bem demonstrado, tanto naquilo que é o confronto que temos que ter nas empresas e nos locais de trabalho, em luta por uma vida melhor, por melhores salários, pelo respeito dos direitos dos trabalhadores, com uma luta que temos que trazer para a rua, principalmente neste período que estamos agora de pré-campanha eleitoral”, disse à Lusa no final da marcha em Lisboa.
Presente na manifestação esteve também o secretário-geral do PCP, para quem o aumento dos salários em Portugal "é uma urgência e uma necessidade". Paulo Raimundo atacou ainda o Governo por fazer "propaganda como há muito não se via". Para o dirigente do PCP, “o Governo não frustrou as expectativas dos grupos económicos, frustrou foi as expectativas de alguns que acreditaram nele e as consequências estão à vista".
Para permitir a participação dos trabalhadores na jornada de luta nacional, setores como o do comércio, serviços e hotelaria avançaram com pré-avisos de greve, conforme revelou à Lusa o secretário-geral da CGTP.