Fundação Amadeu Dias e da Sociedade Portuguesa de Ecologia distinguiram três jovens investigadores pelos seus trabalhos de doutoramento na área da ecologia.
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Duas alunas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e um investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) receberam o Prémio de Doutoramento em Ecologia da Fundação Amadeu Dias e da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO), pelos seus trabalhos enquanto doutorados e investigadores na área da ecologia.
O primeiro prémio, no valor de 3 mil euros, foi atribuído a Filipa Soares, aluna de mestrado e doutoramentos no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da FCUL e investigadora no Centro de Ecologia e das Ciências de Conservação no Museu Nacional de História Natural de Paris.
O seu trabalho focou-se nos efeitos das extinções e introduções de aves na diversidade funcional e taxonómica em 74 ilhas oceânicas no Atlântico, Pacífico e Índico. Estes ecossistemas são dos mais ameaçados pelo impacto do ser humano e das alterações climáticas. Com este trabalho será possível prever tendências futuras de evolução ecológica e propor ferramentas globais para a conservação eficaz de ecossistemas resilientes e funcionais.
Conservar florestas
No valor de 2 mil euros, o segundo prémio foi atribuído a Carlos Vila-Viçosa, investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da FCUP.
Ao estudar as espécies de Quercus, ou carvalhos caduco-marcescentes da Península Ibérica, o seu projeto concluiu que esta região é um centro de diversidade destas árvores e identificou novas espécies o que permitiu melhorar o conhecimento sobre a resposta dos Quercus a mudanças climáticas e a antecipar estratégias para a sua conservação e das florestas.
Terras raras
O terceiro lugar, com prémio no valor de mil euros, foi para Cátia Figueiredo aluna de doutoramento no Centro de Ciências Marinhas e Ambientais (MARE), na FCUL e investigadora no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).
Ao usar abordagens bioquímicas para investigar a bioacumulação, eliminação e interação de elementos de terras raras (REE) em diversos grupos taxonómicos marinhos, o projeto evidenciou um potencial ecotoxicológico de REE nas diferentes espécies de grupos estudados e que a acumulação destes elementos e os efeitos tóxicos podem ser agravados pelas mudanças climáticas, criando consequências nocivas às espécies.
O Prémio de Doutoramento em Ecologia, da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e da Fundação Amadeu Dias, premeia as melhores teses de doutoramento em qualquer área da ecologia, defendidas em universidades portuguesas, independentemente da nacionalidade dos candidatos. Um dos exemplos de trabalhos premiados em anos passados é uma ferramenta molecular baseada no código de barras de ADN para a identificação de espécies de morcegos úteis no controlo de pragas florestais apresentado em 2021.