Cerca de três mil alunos vão realizar as provas de aferição teóricas, marcadas para o próximo mês, no computador.
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Este é o primeiro passo para a desmaterialização das avaliações que, em 2025, deixarão de ser feitas em papel. Este ano, o projeto-piloto vai abranger 42 escolas de todo o país, incluindo estabelecimentos nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira e do ensino de portugueses no estrangeiro. A fase experimental será alargada, em 2023, às provas de final de ciclo de 9.º ano e, em 2024, aos exames do Ensino Secundário (11.º e 12.º anos).
O fim das provas e dos exames em papel prevê um investimento de 12 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência. O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) entende que, para que a implementação seja feita, "com a maior segurança e a contribuição de todos", o processo será gradual através da "aplicação de fases experimentais nas várias modalidades de avaliação externa".
Assim, no início do próximo mês, arranca o projeto-piloto para as provas de aferição teóricas. Vai abranger cerca de mil alunos do 2.º ano, mil alunos do 5.º ano e mil alunos do 8.º ano. Todas as provas escritas de Português, Matemática, História e Geografia, Estudo do Meio e Ciências Naturais, a realizar entre 3 e 20 de junho, serão feitas em formato digital (ver infografia). Segundo o IAVE, cabe à escola decidir quais os computadores a usar pelos estudantes para a realização dos testes. Poderão ser utilizados "equipamentos próprios" ou "equipamento fornecido pela escola", embora as provas de aferição decorram nas salas de aula. Os alunos vão aceder a "uma plataforma eletrónica já utilizada em outros contextos", nomeadamente no Estudo Diagnóstico das Aprendizagens, efetuado em janeiro do ano passado.
Primeiro teste foi em 2018
Após o período experimental, a partir do próximo ano, todos os alunos realizarão as provas de aferição teóricas em formato digital. Também em 2023, avança o projeto-piloto para a digitalização das provas de final de ciclo (exames do 9.º ano), cuja implementação universal está prevista para 2024, ano em se inicia a fase experimental nos exames do Secundário (11.º e 12.º anos). Em 2025, já não haverá avaliações em papel.
Como o JN noticiou, a transição para a classificação e a realização digital das provas tem vindo a ser preparada pelo IAVE. Em 2018, foi realizada a primeira prova de aferição de Matemática em formato digital, abrangendo cerca de 2500 alunos de todo o país. No ano seguinte, em parceria com o Júri Nacional de Exames e com algumas escolas, foi implementado um outro projeto-piloto com o intuito de digitalizar as provas de aferição e obter a sua classificação em suporte eletrónico.
Para o IAVE, não é "uma mera transposição para o suporte digital de metodologias, didáticas e técnicas de avaliação analógicas e tradicionais". É "uma mudança de paradigma", que passa por "integrar e desmaterializar os procedimentos inerentes ao processo de avaliação externa das aprendizagens". Desde "o processo organizativo e logístico" aos "processos de elaboração das provas, da sua aplicação e classificação".
Pormenores
Apoio dos diretores
Os diretores veem com bons olhos o fim das provas e exames nacionais em papel. Filinto Lima, da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, e Manuel António Pereira, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes Escolares, consideram, também, importante a desmaterialização dos manuais escolares.
Computadores
Cerca de um milhão de computadores, adquiridos pelo Governo, chegaram às escolas para serem distribuídos por alunos e professores. De acordo com o Ministério da Educação, o último lote de cinco mil equipamentos é entregue este mês.