Governo disponibilizou, através de doação, revenda e facilitação de transporte, doses a países com falta de stock para imunizar população.
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Desde meados deste ano, Portugal enviou 3 070 700 vacinas além-fronteiras, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) ao JN. A disponibilização foi feita a 15 países, ao abrigo de várias iniciativas e formatos, como doação, revenda ou facilitação de transporte.
No caso dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, a cooperação começou em maio e deve prolongar-se até 2022. Foram enviadas 1 419 000 doses da AstraZeneca, com Angola a recolher a maior parte das vacinas (720 mil), seguida de Moçambique (360 mil), Timor-Leste (142 mil), Guiné-Bissau (100 mil), São Tomé e Príncipe (49 mil) e Cabo Verde (48 mil). Um segundo lote, de 200 mil doses (do total de 360 mil), chegou este sábado a Moçambique através da Embaixada de Portugal.
O Governo facilitou também o transporte de 150 mil vacinas da AstraZeneca, da Eslovénia para Cabo Verde, no início de setembro. A 30 de outubro foi assinado um acordo de cooperação entre a TAP e o Instituto Camões, de forma a agilizar o envio das doses e, no futuro, de bens consumíveis para os PALOP e o Brasil.
De África aos Balcãs
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), justificou, no final de setembro, a ausência da Guiné Equatorial da lista de doações aos PALOP, devido ao avançado programa de vacinação naquele país e por ser um território de "reduzida dimensão".
O governante afirmou, então, à Lusa que Portugal privilegiou "os países parceiros", com os quais existe "uma prática e logística de cooperação que permite ser mais efetivo na deslocação e distribuição de vacinas".
Revenda de doses
Mais recentemente, a 18 de outubro, foram enviadas mais de 298 mil doses para o Senegal, por via do Covax, iniciativa liderada pela Organização Mundial de Saúde para combater as desigualdades no acesso à vacinação contra a covid-19. Esta foi primeira doação de Portugal ao abrigo deste mecanismo.
Pelo lado da solidariedade europeia, foram doadas 700 mil doses da Pfizer aos "Balcãs Ocidentais, Parceria a Leste e Vizinhança a Sul": 200 mil vacinas à Albânia, Bósnia-Herzegovina e Montenegro, 100 mil à Sérvia, 300 mil à Ucrânia e 100 mil à Moldávia. O MNE referiu que, através da Comissão Europeia, "é possível os estados-membros serem reembolsados dos custos das vacinas e do transporte".
O Executivo revendeu ainda milhares de vacinas: em julho, 15 mil doses a Andorra, e em setembro, 488 mil doses ao Kuwait. A operação foi feita com vacinas da AstraZeneca em ambos os países.