Das 59 albufeiras monitorizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente, treze apresentam disponibilidades inferiores a 40% do seu volume e sete delas mantêm níveis bastante críticos. O diagnóstico está traçado no boletim semanal das disponibilidades hídricas, publicado na passada terça-feira.
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Alto Lindoso é uma das sete albufeiras com níveis críticos de água, com apenas 15% da sua capacidade de armazenamento de água tomada, condicionando a produção de energia (imposição da Agência Portuguesa do Ambiente que se aplica também no Alto Rabagão, no Castelo do Bode e em Cabril), e influenciando o volume da bacia hidrográfica do Lima, com apenas 18,3%.
A produção hidroelétrica continua suspensa, também, na albufeira de Vilar-Tabuaço, cujo volume está reduzido a 15%, embora a bacia do Douro esteja em boa situação, com 78,5% do volume, acima da média de 72,2% para o mês de junho.
É um cenário bem mais favorável do que na parte espanhola desta bacia partilhada, cujo nível de armazenamento era de 55,5% na passada segunda-feira, enquanto o Tejo estava a 47,3% em Espanha, contra 56,9% em território português.
Pior ainda é o caso do Guadiana espanhol, com apenas 30,3%, ao passo que na bacia portuguesa está a 70,7% (a média de junho é de 72,2%), mais confortável do que a do Mira (38,9%) e das Ribeiras do Barlavento (13,9% em vez de 73,1%), onde a albufeira da Bravura se mantém a 14% da sua capacidade hídrica.
Precipitação a 13%
De acordo com o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o valor médio da precipitação no mês de maio foi de apenas 8,9 milímetros, correspondendo a apenas 13% do valor normal no período de 1871 a 2000. Entre 1 de outubro e 31 de maio, choveu metade do normal. É, para já, o segundo ano hidrológico mais seco desde 1931, depois do de 2004/2005.
Não admira que 97,1% do território continental se encontrasse no final do mês em situação de seca severa e 1,4% em seca extrema e que as disponibilidades hídricas continuem baixas em muitas albufeiras.