O avião C-130H que se incendiou segunda-feira na base aérea do Montijo provocando a morte a três tripulantes "imobilizou-se fora da pista" durante a descolagem e a tripulação não reportou qualquer emergência.
Corpo do artigo
Em comunicado divulgado esta quarta-feira na sua página `online", a Força Aérea Portuguesa (FAP) avançou algumas conclusões preliminares da Comissão Central de Investigação ao acidente, esclarecendo que a "aeronave imobilizou-se fora da pista, incendiando-se de imediato, o que resultou na sua perda total".
5278056
"O acidente ocorreu durante uma missão de treino para qualificação da tripulação, ainda na corrida de descolagem, sem que esta se tenha verificado", refere a FAP.
Da parte da tripulação, "não houve reporte de qualquer situação de emergência".
A FAP afirmou que "os quatro militares que conseguiram sair da aeronave fizeram-no pelos seus próprios meios, não tendo em qualquer momento regressado ao avião".
Posteriormente, foi "confirmada a presença de três vítimas mortais no interior" do avião.
A FAP acrescenta que da investigação "não resultou ainda qualquer conclusão" sobre a causa do acidente.
O ponto da situação divulgado pela FAP indica também que o militar com lesões graves continua internado no Hospital de São José, Lisboa, "encontrando-se estabilizado" mas mantém "o prognóstico reservado".
Quanto aos três feridos ligeiros, assistidos no Hospital das Forças Armadas, receberam alta hospitalar durante a tarde de terça-feira.
O inquérito conduzido pela Comissão Central de Investigação visa apurar os factos através da preservação de evidências, desde logo na pista e nos destroços do avião e da recolha de testemunhos por parte da tripulação sobrevivente (quatro militares), disse à Lusa o coronel Rui Roque, porta-voz do ramo.
A peritagem de componentes, a cativação e análise das comunicações e ainda a avaliação das condições meteorológicas que se faziam sentir no local e na altura do acidente são outros passos necessários ao inquérito, adiantou.
Se for necessário, acrescentou, é possível recorrer a especialistas externos às Forças Armadas em áreas específicas quer nacionais, quer estrangeiros.
O acidente sofrido pelo C-130H foi o primeiro com vítimas mortais na história desta classe de aeronaves ao serviço da Força Aérea Portuguesa.
Seguindo os procedimentos legais, por ter ocorrido dentro do perímetro das instalações militares e dado terem-se registado três vítimas mortais, a Polícia Judiciária Militar foi notificada, indicou.