Turismo do Porto e Norte apela ao próximo Governo que crie Ministério do Turismo
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, apelou hoje ao próximo Governo que contemple, na sua estrutura, um Ministério do Turismo.
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Luís Pedro Martins, que falava em Viana do Castelo, na cerimónia de posse para o seu segundo mandato, enalteceu os resultados alcançados pelo setor em Portugal em 2023 - 30 milhões de hóspedes, 77 milhões de dormidas e 25 mil milhões de euros em receitas -, apesar das dificuldades geradas pela pandemia e de "constrangimentos" que ainda enfrenta.
O responsável enviou, durante a cerimônia,o que o próprio intitulou de vários "recados" em prol do futuro do turismo. "A partir de Viana do Castelo, dizemos aos futuros governantes do nosso país, que é chegada a hora de ter coragem e de perceber que o setor do turismo tem que ter o lugar que merece na mesa do Conselho de Ministros. O turismo merece ter um ministério e não apenas ser remetido para uma qualquer secretaria de Estado em partilha com outros setores", declarou Luís Pedro Martins, considerando que o ramo turístico "tem sido uma bandeira do país, um embaixador por excelência de Portugal e uma fonte de atração de investimento para o país".
O presidente do TPNP, que termina um mandato de cinco anos e inicia agora um segundo, vincou que defende "convictamente a existência do Ministério do Turismo". "Tenhamos ambição, meus senhores, e saibamos valorizar o que tem corrido bem, o que tem corrido muito bem, mas que pode correr muito melhor, o que tem contribuído para a economia nacional", apelou. "Sabemos que nenhum outro setor tem a nossa capacidade de arrastamento de outros setores, como o turismo o faz".
Luís Pedro Martins destacou "a importância que está a ter o setor para o combate à desertificação do interior do país" e indicou que o Turismo do Porto e Norte "queria chegar ao final de 2023 com 700 milhões de euros de receitas em alojamento", mas acabou por crescer "48,6%, tendo ficado a região muito próxima de atingir mil milhões de euros".
"Obrigado a todos os que tornaram estes resultados possíveis. Estamos, por isso, muito satisfeitos e partimos para este novo mandato com enorme motivação e energia", disse, comentando mais adiante: "E já que estou em período de recados, até porque o momento é apropriado, aqui vão mais alguns. É chegado o momento de rever a inconsequente Lei 33, ultrapassada e que não responde ao que foi o espírito do legislador".
"A região tem provado que podem percorrer um caminho de maior autonomia administrativa e financeira, sem colocar em risco o alinhamento com a tutela e com o Turismo de Portugal", continuou, apelando ainda "ao próximo Governo que termine com os constrangimentos com que têm vivido as entidades regionais, largamente penalizados pelos cativos que nos são apresentados anualmente no orçamento de despesa, com cativos, no caso da TPNP, na ordem dos 90%".
Referiu ainda que "a falta de autonomia e os excessos burocráticos aplicados a estas entidades, desde sempre, tendo passado por vários governos, impedem o seu funcionamento normal e a execução dos planos a que se propõem", pedindo que "sejam garantidos, pelo próximo Governo, projetos estruturantes, como o da Linha do Douro".