Brasileiros e norte-americanos estão de regresso, na altura das vindimas. Expectativas para 2022 são grandes.
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A Região do Douro está a voltar a registar reservas turísticas que remontam à época pré-covid. Os estrangeiros estão de volta, muitos (de novo) do continente americano. De acordo com os operadores turísticos locais, o verão correu "melhor do que o de 2020", com procura basicamente nacional, mas a lufada de ar fresco chegou com a época das vindimas.
Há quintas que preveem uma taxa de ocupação de 85% até ao final do mês, e há quem esteja até a recusar reservas para visitas.
A Pacheca, em Lamego, é uma quinta secular ligada à produção vinícola. Em 2009, aderiu ao enoturismo e inaugurou um hotel com 15 quartos. O sucesso do projeto ditou o alargamento da oferta, com a inauguração de dez barris gigantes (alojamento em forma de barricas). Desde 2020, a capacidade do hotel passou a ser de 49 quartos. Mas comparando a atual lotação com a de 2019, "está quase em linha", diz Sandra Dias, diretora-geral-adjunta.
"O verão tem sido muito positivo, com procura não só do mercado nacional como também dos internacionais", nomeadamente o brasileiro e o norte-americano, constata. As melhores notícias chegaram neste mês. "Estamos com previsão de 85% de taxa de ocupação", afirma Sandra Dias, acrescentando que "as atividades relacionadas com as vindimas tem tido uma excelente adesão, por isso, estamos muito otimistas".
"A esperança é tanta que, tendo como base as expectativas dos clientes e as suas intenções de reserva, acreditamos que 2022 nos irá levar aos níveis de 2019 ou mesmo superá-los", conclui.
Na quinta do Portal, em Sabrosa, a "Casa das Pipas" é a proposta de enoturismo da família Mansilha Branco. "A procura aumentou neste ano, sobretudo desde junho, com o gradual alívio das restrições à circulação", afirma fonte daquela instituição.
Menos concentração
"O verão foi muito menos concentrado do que em 2020. Já na altura das vindimas disparou. Está a ser muito melhor do que o que aconteceu no ano passado", confirma a Administração.
Na Quinta do Bomfim, da família Symington, no Pinhão, já se recusam reservas para o centro de visitas. A procura turística "já está ao nível de anos sem covid", afirma Fernanda Natário, guia sénior do centro de visitas no Bomfim. "Estamos sobrelotados e a recusar reservas" explica. "No passado, o público era mais o português. Este ano, como os estrangeiros já podem regressar, os visitantes são maioritariamente ingleses, neerlandeses, franceses, alemães e espanhóis", constata.
"Nos últimos dez anos, a Região Demarcada do Douro melhorou infraestruturalmente a oferta turística com hotéis de qualidade, reconhecida internacionalmente, e quintas produtoras de vinhos com serviços de enoturismo de elevada qualidade", afirma o presidente do Turismo Porto e Norte, Luís Pedro Martins.
"A conjuntura pandémica permitiu que o mercado nacional redescobrisse o Porto e Norte de Portugal, em particular os territórios do Interior", afirma. "Em 2020, fomos a região com maior número de hóspedes", afirma.