O primeiro-ministro demissionário, António Costa, defendeu hoje que a União Europeia (UE) está "debaixo de fogo populista" e apelou a todos os socialistas para combaterem a extrema-direita "atacando as suas causas profundas".
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"A UE está hoje debaixo de fogo populista. A nossa principal tarefa, enquanto socialistas e democratas, é combater o populismo atacando as suas causas profundas", disse António Costa, na abertura do congresso do Partido Socialista Europeu (PES), em Roma, Itália.
O ex-secretário-geral do PS acrescentou que a extrema-direita "é alimentada pelo medo" e apresentou como solução criar uma "Europa social, democrática e sustentável".
"Devemos dar aos nossos cidadãos confiança e a certeza de que vamos construir a Europa que queremos. Vamos fazê-lo", completou António Costa.
Costa foi "uma inspiração"
O presidente do Partido Socialista Europeu considerou hoje que António Costa foi "uma inspiração" para todos os socialistas nos últimos oito anos, em Portugal e na União Europeia.
"Deixem-me dirigir algumas palavras ao António Costa. É o teu último congresso do PES enquanto primeiro-ministro de Portugal, funções que desempenhaste com responsabilidade e sucesso, em Portugal e na UE", disse Stefan Löfven, no arranque do congresso do PES. "Para nós, para todos os democratas, serás sempre uma inspiração", acrescentou o antigo primeiro-ministro da Suécia, acrescentando "obrigado, António" em português.
Os delegados e representantes socialistas aplaudiram António Costa, que estava sentado ao lado do homólogo espanhol, Pedro Sánchez. "Estou certo de que nos vamos voltar a cruzar nas nossas lutas", completou Stefan Löfven.
O presidente do PES também criticou o que diz ser a incapacidade do Partido Popular Europeu (PPE) de estabelecer "linhas vermelhas" com a extrema-direita.
"É habitual dizer que as eleições são sempre as mais importantes, mas estas são as mais importantes dos últimos 40 anos [...]. Há uns meses, aqui, em Roma, manifestantes de extrema-direita fizeram com orgulho a saudação fascista. O facto de a primeira-ministra ser incapaz de condenar aquele comício fascista é vergonhoso. Deixem-me ser claro: nunca vamos cooperar com os Conservadores e Reformistas Europeus, com o Vox [Espanha], a AfD [Alternativa para a Alemanha] ou quaisquer extremistas", completou.
A Lusa viajou para Roma a convite do PES