Um mês depois das eleições legislativas, continuam a ser muitos os cartazes de propaganda política espalhados pelo país. Embora a lei não estabeleça qualquer prazo para a remoção das estruturas, a maioria dos partidos garante que a conclusão dessa operação está para breve.
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Das dez forças políticas que responderam às questões colocadas pelo JN, quatro (PS, CDS, IL e PDR) dizem que a remoção dos cartazes está a cargo de empresas contratadas para o efeito. Outras tantas (BE, Chega, Livre e Nós, Cidadãos) garantem que o processo esteve ou está a cargo de apoiantes do partido. CDU e PAN não responderam a essa questão e o PSD foi o único partido com representação parlamentar a não responder às tentativas de contacto.
O PS informa já ter solicitado à empresa contratada "a maior brevidade na desmontagem" dos outdoors, embora não avance um prazo para que o processo fique concluído. O CDS também garante ter pedido à empresa responsável que proceda à remoção dos cartazes e mupis , mostrando esperança que tudo fique concluído "no próximo mês".
Já a Iniciativa Liberal (IL) revela que a desinstalação das estruturas mais pequenas coube a voluntários do partido e acrescenta que os outdoors serão retirados "até ao início de novembro" por uma empresa. O PDR, que não conseguiu eleger qualquer deputado, anuncia que a organização contratada irá concluir o trabalho "o mais rapidamente possível".
Através do PCP, a CDU emitiu uma resposta curta, que diz apenas que a coligação "não dispensa na sua atividade política o exercício do direito de propaganda que a lei e a Constituição consagram".
Já o PAN garante que "não usou cartazes de rua", embora admita depois ter instalado "14 outdoors a nível nacional". O partido não revela, contudo, quem os está a retirar nem até quando o planeia fazer.
Quanto às forças políticas que responderam que a remoção dos cartazes está a cargo dos apoiantes, o BE revela que não colocou cartazes "especificamente para a campanha" e acrescenta que têm sido "as estruturas distritais" a proceder à remoção, cuja conclusão pode depender "das condições atmosféricas".
Três renovam mensagem
No entanto, tal como acontece com PCP e IL, o BE vai continuar a utilizar cartazes após as eleições, embora com mensagens renovadas. Esses três partidos já fizeram, aliás, chegar novas campanhas às ruas : os bloquistas colocaram um cartaz com o slogan "Força que conta"; os comunistas instalaram outdoors onde reivindicam medidas como o aumento de salários e os liberais conceberam três cartazes, dispostos em fila na Praça de Espanha, em Lisboa, em que ironizam acerca da dimensão do Governo.
De resto, o Chega é o único a já ter dado a tarefa por terminada. "Começámos no dia a seguir às eleições e até ao final dessa semana ficou tudo retirado", revela fonte do partido. O Livre refere estar a retirar os cartazes "na medida da disponibilidade" dos apoiantes.
Quanto ao Nós, Cidadãos, que ficou fora do Parlamento, garante que faltam remover, no máximo, "uns 5% ou 10%" dos cartazes.
O que diz a lei?
O site da Comissão Nacional de Eleições esclarece-se que "a lei não prevê qualquer prazo para que as candidaturas removam a propaganda eleitoral desatualizada".
IL apostou forte
Dos três novos partidos no Parlamento, a Iniciativa Liberal foi o que instalou mais cartazes: 50 outdoors, 70 cartazes médios e 70 mupis, revela fonte do partido. O Chega usou "cerca de 20" outdoors em Lisboa, "uns quatro ou cinco no Porto" e um em cada capital de distrito. Já o Livre instalou apenas um outdoor, em Lisboa, além de vários mupis à escala nacional.