"Um político que não fugiu às responsabilidades". As reações à morte de Couto dos Santos
O antigo presidente da República Cavaco Silva manifestou-se esta segunda-feira "profundamente chocado" com a notícia da morte de Couto dos Santos, que recordou como "um político que não fugiu às suas responsabilidades".
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Numa declaração à Lusa, o também antigo primeiro-ministro Cavaco Silva recordou o seu secretário de Estado da Juventude, ministro dos Assuntos Parlamentares, ministro da Educação e ministro Adjunto e da Juventude, que hoje foi encontrado morto num campo de golfe em Matosinhos (Porto), aos 75 anos.
"Eu estou profundamente chocado, profundamente entristecido com a notícia da morte do engenheiro Couto dos Santos. No último verão, tínhamos tido aqui no meu gabinete uma longa conversa em que verifiquei que Couto dos Santos continuava a ser uma pessoa de ideias novas, de ideias inovadoras, um homem com grande criatividade e muito empenhado em contribuir para a resolução dos problemas do nosso país", salientou.
Cavaco Silva recordou Couto dos Santos como "um elemento muito importante" nos seus executivos nas décadas de 80 e 90: "Pode-se dizer que Couto dos Santos foi, nos meus governos, o ministro das questões particularmente difíceis", afirmou.
O antigo chefe de Estado destacou "o papel muito importante" que teve "na liberalização da comunicação social, na criação das televisões privadas", que apontou como uma das reformas mais marcantes dos seus governos.
"Na pasta da educação, num tempo de grandes transformações, ele teve que tomar decisões muito corajosas. Pedi-lhe, num momento difícil das questões de educação, que assumisse a responsabilidade por essa pasta e ele aceitou. E não fugiu às suas responsabilidades", destacou.
Para Cavaco Silva, Couto dos Santos "foi um homem que, pela sua ação ao serviço do país, prestou muitos e importantes trabalhos ao nosso país, contribuindo para o seu desenvolvimento".
"Foi um político que não fugiu às suas responsabilidades, procurou fazer o melhor e teve um espírito notável de inovação. A ação dele à frente da pasta da Educação foi um marco muito importante na política que meus governos desenvolveram ao longo dos anos", afirmou, dirigindo os "mais sentidos pêsames" à família.
"Frontalidade, humanismo e competência"
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que recebeu com profunda consternação e choque a notícia da morte do antigo ministro social-democrata Couto dos Santos, considerando-o um amigo que foi bem sucedido enquanto governante e deputado do PSD.
“Foi com profunda consternação e choque que recebi a notícia da morte de Couto dos Santos. Para além de ser um amigo, foi governante e deputado em fases desafiantes e bem sucedidas da nossa vida democrática”, escreveu Luís Montenegro na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma mensagem, o líder do executivo enalteceu a “frontalidade, humanismo e competência” de António Couto dos Santos.
“Deixo à família as mais sentidas condolências”, acrescentou Luís Montenegro.
"Figura marcante"
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte do antigo ministro e deputado do PSD António Couto dos Santos, que lembrou como "figura marcante" dos governos chefiados por Cavaco Silva.
"O presidente da República lamenta profundamente a morte de António Couto dos Santos, antigo ministro da Educação e figura marcante dos governos de Aníbal Cavaco Silva", lê-se numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Nesta nota de pesar, o chefe de Estado destaca que "Couto dos Santos foi por três vezes ministro, tendo liderado as pastas da Juventude, dos Assuntos Parlamentares e da Educação".
"Couto dos Santos foi ainda presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, deputado à Assembleia da República e ocupou cargos de relevo em várias organizações culturais e empresariais, como a Casa da Música e a Associação Empresarial de Portugal", refere-se na mesma nota.