Na última década, a proporção de bebés filhos de mães estrangeiras mais do que duplicou, respondendo já por um terço do total de nados-vivos. Em sentido inverso, os filhos de mães portuguesas recuaram pelo segundo ano consecutivo. Grande Lisboa com saldo natural positivo.
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Na Grande Lisboa, Península de Setúbal e Algarve praticamente metade dos nascimentos são de mães com naturalidade estrangeira. Com impactos no saldo natural (diferença entre nascimentos e óbitos): a Grande Lisboa foi a única região do país a fechar o ano com um saldo positivo. Já o Norte regista o balanço mais negativo.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os nascimentos recuaram, no ano passado, 1,2%, para os 84.642, invertendo a tendência de subida iniciada em 2022, depois das maternidades adiadas devido à pandemia. Daquele universo, 33% eram filhos de mãe estrangeira, que compara com 16,4% em 2015. Já os nados-vivos de mãe portuguesa voltaram a diminuir, pelo segundo ano consecutivo.
Numa leitura territorial, a natalidade só não baixou nas regiões do Oeste e Vale do Tejo (+1%), na Grande Lisboa (+0,9%), na Península de Setúbal (+0,3%) e na Madeira (+2,6%), enquanto os Açores registaram a maior descida (-8,4%). De referir, ainda, que dois terços dos nascimentos foram de mães na faixa etária 20-34 anos, sendo que face a 2015 a proporção de bebés filhos de mães com mais de 35 anos aumentou 2,4 pontos percentuais.
Saldo natural agrava-se
Com os óbitos a registarem um aumento residual (+0,1%, para os 118.374), a quebra na natalidade foi determinante no agravamento do saldo natural, que fechou, pelo 15.º ano consecutivo, no vermelho (-33.732). Com a região Norte a registar o pior saldo (-12.471), enquanto a Grande Lisboa, pelo segundo ano consecutivo, contabilizou mais nascimentos do que óbitos (+929), sendo a única região do país com um saldo natural positivo.
Por último, o INE confirma o aumento da mortalidade infantil , com a taxa a passar de 2,5 para 3 óbitos por mil nados-vivos entre 2023 e 2024. No ano passado, morreram 252 bebés com menos de um ano de idade (+42).