O objetivo é levantar até 30 mihões de euros em financiamento com exposição 100% a criptoativos, como a bitcoin. Pode ser usado para a obtenção de vistos gold.
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O primeiro fundo português com exposição total ao mercado de criptoativos, designado por Unbound Fund, está registado na CMVM desde julho e iniciou atividade em outubro, segundo noticiou o "Expresso" nesta sexta-feira.
O Unbound é elegível para a obtenção de Autorização de Residência para Investimento (ARI), documento conhecido por "visto gold", atribuído a cidadãos estrangeiros de países fora do Espaço Schengen que pretendam investir em Portugal, pelo menos, 500 mil euros, e assim adquirir a nacionalidade portuguesa, lê-se no semanário.
Não por acaso, o criador do Unbound Fund, Alessandro Palombo, terá usado a frase: "Detenha bitcoin e obtenha a nacionalidade portuguesa", para anunciar nas redes sociais a chegada do produto financeiro a Portugal.
Citando Alessandro Palombo, o jornal acrescenta que o fundo vai investir em "empresas com potencial de crescimento na indústria de blockchain, que estão envolvidas em atividades como pesquisa, investimento, mineração, desenvolvimento de blockchain e de software". A liquidez dessas empresas virá dos crioptoativos, como a bitcoin, especifica a notícia.
Já existia outro fundo exposto a este tipo de mercado, mas não a 100%, chamado 3CC, criado pela sociedade de risco "3 Comma Capital". De acordo com o jornal, neste caso, a exposição é 15% a criptomoedas, 15% a ações dos Estados Unidos e 70% a obrigações de empresas com sede em Portugal.
A supervisão do fundo compete à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que tem poder para se opor à sua constituição, refere o mesmo texto.
Contactado pelo "Expresso", o presidente da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas, Nuno Lima da Luz, antecipa que "estão a ser estudados" outros fundos com exposição a criptoativos, com "um aumento exponencial de apetite pelos investidores".