Estudo feito pelo Instituto de Saúde Pública do Porto defende combate ao estigma para tratar doença mental.
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Os estudantes universitários com sintomas de depressão e ansiedade não procuram ajuda devido ao estigma e ao receio de serem associados à doença mental. A conclusão é de um estudo realizado por um conjunto de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, realizado entre 2019 e 2021, e agora publicado. Durante três anos, os autores do estudo avaliaram 702 estudantes, com uma idade média de 19 anos, procurando conhecer os efeitos de uma intervenção de redução do estigma nos comportamentos de procura de ajuda de estudantes deprimidos.
“As conclusões mostraram que os estudantes universitários com sintomas de depressão e ansiedade procuram ajuda mais frequentemente após serem expostos a uma intervenção de redução do estigma em relação à doença mental”, disse ao JN Virginia da Conceição, psicóloga e uma das autoras da investigação. Na prática, só depois de afastados os estigmas da doença mental é que os estudantes universitários procuram ajuda. “O incremento no acesso aos cuidados saúde manteve-se, mesmo sob o efeito do impacto da pandemia de Covid-19", refere ainda a autora.