A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai manter a operação "Nascer em Segurança", que prevê o fecho rotativo das urgências de obstetrícia, durante o inverno. Fernando Araújo faz uma avaliação "positiva" da implementação do plano no verão e diz que reduziu "em mais de 80% os fechos imprevistos".
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De acordo com o diretor executivo do SNS, nas 39 semanas de vigência da operação "Nascer em Segurança no SNS", "a previsibilidade e consistência do plano ficou demonstrada" conferindo "confiança às grávidas" e "segurança aos profissionais". Desde o início de de junho até ao dia 24 de setembro, houve cerca de 7500 partos nas maternidades públicas. Apenas 27 grávidas foram transferidas para hospitais privados. Trata-se de cerca de 0,4%. Já no passado fim de semana, foram realizados mais de 140 partos e duas grávidas foram transferidas para o privado.
"Em função da avaliação positiva desta operação 'Nascer em Segurança no SNS' foi consensualizado manter, de forma prudente e cautelosa, a continuação desta metodologia no próximo período de inverno, com ligeiras alterações e a realizar nova avaliação no final desse tempo", revelou Fernando Araújo aos deputados da Comissão de Saúde.
Até ao final de agosto, adiantou ainda o diretor executivo, o SNS realizou mais de 43 mil partos. É "um aumento em relação ao ano anterior". "Nasceram nos hospitais do SNS, todos os dias, mais cinco crianças do que no ano passado, mantendo taxas de cesariana semelhantes. Mesmo na região de Lisboa e Vae do Tejo, em que se registam as maiores exigências, o plano demonstrou em rede dar resposta aos cerca de 70 partos que ocorrem todos os dias nesta região", assegurou.
Sobre a carência de médicos de ginecologia e obstetrícia, Fernando Araújo recordou que o problema "não é de agora" e "não há uma solução instantânea ou imediata". Ainda assim, sublinhou, que "mais de 80%" dos novos especialistas de obstetrícia que acabaram este ano decidiram "vincular-se com o SNS", o que considera como "um sinal de esperança para o futuro".
"A rede de serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia, bem como as respostas estruturadas de neonatologia merecem uma atenção prioritária em função do impacto que têm na vida das grávidas, dos recém-nascidos e das famílias", frisou Fernando Araújo.
Respondendo às críticas dos deputados sobre denúncias de encerramentos e dificuldades de atendimento às grávidas em todo o país, o diretor executivo do SNS destacou que a existência de um plano já permitiu "um avanço significativo" face a anos anteriores.
"Eu não conhecia no passado -- e ando há muitos anos na saúde -- planos anunciados previamente, sujeitos a escrutínio público, sobre o que ia acontecer no futuro. Isso chama-se planeamento", apontou.