Os utentes do Serviço Nacional de Saúde vão poder marcar uma consulta através da televisão de casa, um projeto que o Ministério da Saúde está a preparar para iniciar a partir de 2018 ou 2019.
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O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicou à agência Lusa que o novo concurso público que vai ser lançado para a rede informática do Ministério vai integrar uma nova função que é a de disponibilizar nas televisões funcionalidades da área do Portal do Cidadão do SNS.
Será possível aceder na televisão, através do comando, a serviços do Portal do Cidadão
Servirá sobretudo para cidadãos que não têm ou não sabem usar computador, podendo aceder na televisão, usando de forma simples o controlo remoto, a serviços da área do cidadão que atualmente só estão disponíveis em computador.
O presidente dos SPMS, Henrique Martins, considera que há uma faixa de população que não sabe usar o computador mas tem televisão por cabo e pode com alguma facilidade aceder à área do cidadão do SNS pela televisão.
Serviços como marcar uma consulta ou ver uma informação na área do cidadão são alguns dos serviços que estarão disponíveis.
Está em curso a instalação de computadores novos nas unidades de saúde
Os SPMS estão ainda a preparar a produção de conteúdos multimédia de saúde para passar nas televisões disponíveis nas unidades do SNS ou nas televisões das casas dos utentes. Pretendem passar informações ligadas à literacia em saúde e também à literacia digital.
Ao mesmo tempo que é preparado o concurso para a rede informática própria do Ministério da Saúde, os SPMS continuam a instalar computadores novos nas unidades de saúde.
Foram instalados até agora mais de 3100 computadores e até fim de junho estima-se que sejam preparados mais outros 1142. Contudo, ficam a faltar mais de oito mil novos computadores, que se encontram ainda parados por problemas jurídicos no procedimento de compra, questão que o presidente dos SPMS espera resolver ainda este mês.
Além de computadores antigos e obsoletos, Henrique Martins refere que um dos problemas dos cuidados de saúde primários está nas redes informáticas locais.
Governo autorizou o investimento de 8,7 milhões de euros nas regiões de saúde para a rede interna
O Governo já autorizou o investimento de 8,7 milhões de euros nas regiões de saúde para a rede interna das unidades de saúde, um investimento que vai ocorrer sobretudo em 2018.
O objetivo é conseguir que os centros de saúde também tenham redes internas modernizadas.
"Não vale de nada termos uma autoestrada com oito faixas, que é a rede informática nacional, e depois desembocar num caminho de cabras. Temos de alargar a rede nacional, mas nos próprios edifícios [das unidades de saúde] ter redes melhoradas", comparou Henrique Martins.