Um estudo publicado na revista “Nature” confirmou que a vacina contra a herpes zoster, vulgarmente designada por zona, é eficaz na redução do risco de demência nos idosos. As mulheres são mais beneficiadas do que os homens.
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Em todo o mundo, 55 milhões de pessoas são afetadas por algum tipo de demência e, embora existam medicamentos que reduzem o impacto da doença, ainda não foi encontrada uma cura. Um novo estudo realizado no País de Gales, publicado na revista “Nature”, revelou que os idosos que receberam a vacina contra a infeção herpes zoster podem ter um risco menor de desenvolver demência.
Para analisar os efeitos da vacina, foram analisados os dados do País de Gales, onde, partir de 10 de setembro de 2013, as pessoas que tivessem até 79 anos passaram a poder a ser inoculadas com esta vacina. Alguns investigadores norte-americanos, austríacos e alemães, compararam idosos que completaram 80 anos na semana anterior à data-limite para determinar quem pode ou não tomar a vacina, com os que completavam oito décadas na semana seguinte. Na investigação, que contou com 283 mil idosos, metade dos considerados elegíveis tomaram a vacina.
Sete anos depois, um em cada oito idosos que não tomaram a vacina foram diagnosticados com demência e os que tomaram apresentaram menos 20% de probabilidade de contrair a doença. A vacina atuou de forma mais eficaz nas mulheres do que nos homens, o que pode ser explicado pelas diferenças dos sistemas imunitários, segundo Maxime Taquet da Universidade de Oxford.
“Pela primeira vez, podemos dizer com confiança que a vacina causa uma redução no risco de demência”, partilhou o investigador da Universidade de Standford, Pascal Geldsetzer. A herpes zoster, designada frequentemente de zona, é provocada pela reativação do vírus da varicela e causa irritações, dor intensa e comichão na pele.
A vacina, com o nome comercial Zostavax, já tinha sido associada à redução do risco de demência por outros estudos publicados anteriormente.