O Governo vai criar um regime excecional, que permite a construção e urbanização onde hoje não é possível, nomeadamente em solos classificados como rústicos, mediante autorização dos órgãos municipais.
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O ministro da Presidência anunciou ontem, no final da reunião do Conselho de Ministros, que o Governo aprovou medidas para “cortar na burocracia”, nomeadamente através da criação de um “regime excecional que permite, por decisão dos órgãos municipais, que seja possível construir, edificar, fazer urbanização onde hoje não é possível”. Em causa estão os solos rústicos.
De acordo com o Governo, 70% desta edificação tem de ser destinada à habitação pública ou a valores moderados, excluindo assim a habitação de luxo.
Natureza protegida
António Leitão Amaro precisou que a medida vai proteger os valores naturais mais sensíveis, onde se inclui a Rede Natura (áreas de conservação de habitats e espécies selvagens de risco), terrenos agrícolas de maior potencial e outras zonas de risco.
A medida consta da estratégia de habitação do Governo que, em maio, anunciou a mudança na lei dos solos, entre outras medidas. Na altura, o Executivo apontou que o uso de solos rústicos seria usado para “soluções sustentáveis de habitação”, como o arrendamento acessível.