Valor da viagem de Marcelo no Falcon a Lyon doado à Igreja Nossa Senhora do Rosário
O presidente da República doou à Força Aérea 1200 euros que correspondem ao valor da sua viagem de Falcon a Lyon para assistir ao jogo da seleção nacional de futebol, durante o Europeu de França em 2016. O valor foi investido na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Benfica.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro rejeitou o cheque com que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia pagar o custo da referida viagem, feita no Falcon 50, para assistir à meia-final do Europeu de futebol entre Portugal e o País de Gales, noticia o jornal Público. O chefe de Governo considerou que a viagem “constituiu um acto de representação do Estado português”.
No entanto, Marcelo procurou uma alternativa, tendo sido indicado pelo então chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Teixeira Rolo, que fizesse um donativo ao ramo das Forças Armadas em questão. O valor da despesa com a viagem foi doado, totalmente, à Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Benfica, e que pertence à Força Aérea.
Lembre-se que à data, em 2016, o presidente da República foi assistir, de Falcon 50, à meia-final da prova que Portugal acabaria por vencer. Na viagem foi acompanhado pelo então ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e por João Paulo Rebelo, à época secretário de Estado da Juventude e do Desporto. A viagem partiu de Trás-os-Montes.
Na altura, foram publicadas na Imprensa várias notícias de que a viagem havia custado ao Estado 14 mil euros, tendo em conta que a viagem de Marcelo tinha durado quatro horas, cada uma com um custo de 3500 euros. Dividindo o valor pela lotação do Falcon, dez pessoas, o custo por passageiro ficaria por 600 euros. Sete anos depois, fonte de Belém adiantou ao Público que o custo por passageiro foi afinal de 1200 euros, tendo sido esse o montante doado pelo chefe de Estado à Força Aérea.
A polémica foi recordada, recentemente, após uma viagem do primeiro-ministro à Moldova, também de Falcon, com uma paragem em Budapeste para assistir à final da Liga Europa entre a Roma de José Mourinho e o Sevilha. O episódio gerou mais polémica porque Costa assistiu ao jogo lado a lado do seu homólogo húngaro, Viktor Orbán, líder de direita nacionalista e várias vezes acusado de desprezar os direitos humanos e os valores democráticos da União Europeia.
António Costa justificou a viagem à Hungria com um convite do presidente da UEFA. O destino do primeiro-ministro era Chisinau, na Moldova, para participar na Cimeira da Comunidade Política Europeia, que teve lugar na manhã seguinte. A viagem decorreu no passado dia 31 de maio. Marcelo Rebelo de Sousa não encontrou qualquer "problema político específico" nesta visita e aproveitou a oportunidade para lembrar a sua viagem em 2016, considerando que foi "vítima de uma injustiça".