A Santa Sé reconhece que muitos bispos e padres chineses "sofreram no passado recente" por se manterem unidos ao Papa, contra as orientações de Pequim. A carta é assinada pelo prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal indiano Ivan Dias, e pelo secretário, arcebispo Robert Sarah. Ambos prestam "homenagem" a quantos recusaram a submissão ao regime e mantiveram a "comunhão com o Santo Padre".
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A carta, em Chinês, conclui com elogios aos esforços realizados para dar resposta às indicações deixadas pelo Papa, na carta que dirigiu aos bispos e padres na China, em Maio de 2007.
A China, com os seus mais de 1,3 mil milhões de habitantes, conta com mais de 12 milhões de católicos no país, menos de 1% da população total. O Vaticano tem manifestado o desejo de que a China respeite a liberdade religiosa, cuja ausência afecta de forma especial os mais de oito milhões de católicos que vivem a sua fé na clandestinidade.
Para o restabelecimento de relações, como se sabe, a China exige que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente e aceite a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica Católica (APC), controlada pelo Estado. A APC, lembra-se, foi criada em 1957, para evitar "interferências estrangeiras", em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.
A partir da década de 80 do século passado, a APC passou a procurar, em segredo, a aprovação pontifícia para os seus bispos, tendo sido reconhecidos cerca de 90%.
Se o martírio é semente de cristãos, prevê-se bom futuro na China.