O ventilador mecânico Nortada X-95, desenvolvido pela Marinha, foi submetido a um exame num laboratório na Alemanha, sendo o único a passar à primeira em 25 equipamentos testados. Empresa R&B estima que chegue aos hospitais em 2022.
Corpo do artigo
O ventilador que foi pensado na Célula de Experimentação Operacional de Veículos não Tripulados (CEOV) da Marinha ao longo dos últimos 18 meses foi testado na Alemanha para obtenção da certificação SGS. Em 25 ventiladores testados, o português foi o único aprovado à primeira.
O ventilador foi entregue na passada sexta-feira à Ricardo & Barbosa (R&B), empresa do Norte do país, entrando agora na fase de industrialização e comercialização, estimando-se que possa chegar aos hospitais dentro de sete meses.
Segundo o gestor técnico do Nortada X-95, Pedro Castro Fernandes, este ventilador tem três principais aspetos inovadores: a autonomia energética, resistindo a eventuais falhas de energia; linhas diferentes de entrada de ar (ar medicinal ou oxigénio), sem que haja alteração no abastecimento; e uma menor probabilidade de se desligar inadvertidamente, uma vez que, para desligar o ventilador, é necessário usar uma chave que fica guardada.
Segundo Maria João Barbosa, diretora-geral da R&B, o equipamento vai ter de ser ainda certificado pelo Infarmed, o que demorará cerca de um mês, e todo o processo que ainda falta para a finalização do equipamento de saúde demorará, no máximo, sete meses.
No que toca à produção mensal, a R&B estima que poderá produzir cerca de 30 a 40 ventiladores por mês. De acordo com a diretora-geral da empresa, não é ainda possível dar um preço para o produto final, mas só o investimento na realização do protótipo ultrapassou os 250 mil euros - valor do apoio dado pelo programa Compete 2020.
No que toca à internacionalização do produto, a diretora acredita que será possível, numa fase posterior, a comercialização do ventilador no México, onde a R&B tem uma fábrica.
Segundo o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante António Mendes Calado, foram sete os técnicos da Marinha responsáveis pelo desenvolvimento do ventilador. Na cerimónia, o almirante elogiou a capacidade técnica para que se desenvolvesse um ventilador tão rápido quanto fosse possível no apoio aos hospitais portugueses.