André Ventura defendeu este domingo que o Chega deve integrar o Executivo de Direita e que "alguém tem de ceder", manifestando-se "disponível para construir um Governo", na reação às primeiras projeções que dão entre 40 e 46 deputados. E pediu ainda estabilidade e responsabilidade. Sobre moção de rejeição: "Vamos ver".
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"É o dia que assinala o fim do bipartidarismo em Portugal", e "permite ao Chega chegar ao Governo, alguém tem de ceder", defendeu à chegada ao hotel onde decorre a noite eleitoral, mostrando-se disponível para negociar com a Aliança Democrática.
Questionado sobre se integrar o Governo da AD é condição, respondeu sem hesitar: "Evidente, porque senão não haverá nenhum acordo de Governo". Ventura sublinhou que "os portugueses manifestaram-se e disseram claramente que querem um Governo de dois partidos, do Chega e da AD".
"O Chega pode atingir esta noite mais de 20% dos votos, é um resultado absolutamente histórico", referiu.
"Segundo tudo indica, haverá uma maioria forte à Direita para governar", tal "significa que a partir desta noite temos de começar a trabalhar para que haja um governo estável em Portugal", defendeu depois. E exortou a que "todos sejam responsáveis" porque "queremos um Governo estável em Portugal".
"Temos uma maioria nas mãos, os portugueses deram-nos uma maioria, seremos totalmente irresponsáveis se não a concretizarmos com um Governo que espero que amanhã possa ser feito", sublinhou ainda o líder do Chega.
Líder do chega diz que país deu lição a Marcelo
André Ventura aproveitou ainda para atacar o presidente da República, considerando que "os portugueses deram uma lição de democracia também a Marcelo Rebelo de Sousa".
"Apesar das palavras do presidente da República, os portugueses deram uma lição de democracia também a Marcelo", defendeu, numa alusão a uma notícia do "Expresso". Agora, espera que o chefe de Estado "perceba que não há em Portugal ninguém que seja dono da vontade popular".
Antes, o secretário-geral Pedro Pinto destacou que o Chega terá no mínimo o dobro da votação, mas que espera "muito mais que isso". "As primeiras projecções dizem que vai haver uma viragem, uma vitória da direita e um grande resultado do Chega", referiu.
"Aconteça o que acontecer, já percebemos que o Chega vai no mínimo dobrar a sua votação. Não será certamente o mínimo. Será muito mais que isso" e "uma coisa é certa, o Chega é quem mais sobe e tem um grande resultado". Além disso, "há uma coisa que já conseguimos. A Esquerda não ganha em Portugal", afirmou ainda.