Ventura tem "99% de certeza" que haverá governo de Direita, nem que Montenegro tenha de sair
André Ventura afirmou, esta terça-feira, ter "99% de certeza" de que haverá um governo de Direita em Portugal. "Se alguém tiver de sair é Luís Montenegro", referiu aos jornalistas numa arruada, em Évora.
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O presidente do Chega reafirmou, esta terça-feira à tarde, que acredita num acordo entre o Chega e a AD para governar o país. Na segunda-feira, em entrevista à RTP, Ventura já tinha garantido que há nomes do PSD que estão empenhados no entendimento entre os dois partidos, mesmo que o PS ganhe as eleições legislativas de 10 de março.
Apesar de não ter dado uma resposta clara à RTP sobre quem era "as forças vivas" do PSD interessadas nesse entendimento, o presidente do Chega lembrou as declarações de Passos Coelho, Miguel Relvas, Rui Gomes da Silva e Ângelo Correia sobre o tema. Em Évora, voltou a não indicar quem eram esses nomes. Ao jornal "Observador", Miguel Relvas respondeu nunca ter falado com André Ventura. “As minhas posições são públicas. Isto é uma não-notícia. É de rir”, declarou.
Gomes da Silva: "Tenho falado com Ventura, sim"
Já Rui Gomes da Silva voltou a dizer que o país ficará “ingovernável”, caso Montenegro não aceite fazer um acordo parlamentar com o Chega. “Sem fazer a aliança com o Chega, acho que o país se tornará ingovernável à Direita e à Esquerda, segundo as sondagens”, avisou o ex-ministro do PSD, à TSF, admitindo que “fala há muitos anos com André Ventura”: “Tenho falado sim. Defendo que deve haver uma aliança à Direita com o Chega, sim, considero errada a estratégia do PSD, sim”.
"Tenho a certeza que vamos ter governo de Direita", disse o líder do Chega aos jornalistas, esta terça-feira ao final da tarde, em Évora. Desta forma, André Ventura contrapõe o "não é não" de Luís Montenegro, presidente do PSD, que tem recusado um acordo pós-eleitoral da AD com o Chega. Questionado pelos jornalistas sobre a posição do líder social-democrata, Ventura refere que "se alguém tiver de sair [para haver um governo à Direita] é Luís Montenegro". "Não serei eu, o Chega ou PSD", apontou.
"É uma garantia que estou a dar: haverá uma alternativa à Direita", repetiu Ventura por diversas vezes, em Évora. "O país tem duas hipóteses: acredita em mim ou não acredita em mim", acrescentou. O presidente do Chega justificou o regresso às arruadas, depois de ter optado por comícios em salas fechadas, porque o partido "recebeu muitos pedidos" para estarem na rua.