Estudo revela que apenas 30% dos sobreviventes tiveram cuidados de saúde intensivos e multiprofissionais, essenciais para uma boa recuperação. Em média, há entre 25 a 30 mil AVC por ano em Portugal.
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É preciso criar uma Via Verde para os doentes de AVC que vá além da emergência médica e se prolongue até aos primeiros seis meses de reabilitação. A conclusão é de um estudo liderado por Pedro Maciel Barbosa, fisioterapeuta na Unidade Local de Saúde de Matosinhos e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, no âmbito da sua tese de doutoramento, ontem defendida. O AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal, mas os percursos de reabilitação estão muito fragmentados e só 30% dos doentes recebe cuidados intensivos e multiprofissionais.
O estudo, que acompanhou durante um ano 460 sobreviventes de AVC que deram entrada na Urgência do hospital Pedro Hispano, identificou e avaliou os custos e os benefícios dos diferentes percursos de reabilitação do sobrevivente de AVC. A equipa de Barbosa identificou que existem, pelo menos, 11 caminhos possíveis e oito tipologias de unidades diferentes onde os doentes de AVC podem receber cuidados de saúde.