David Justino, que se mantém como vice de Rio, diz em conversa com o JN que o congresso de Santa Maria da Feira serviu para dar substância à união interna, embora a diversidade continue a existir dentro do PSD.
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Rui Rio pediu que o congresso de Santa Maria da Feira fosse de apaziguamento e de união. Isso aconteceu?
De alguma forma, sim. Muitas vezes falamos de unidade, mas ela só tem sentido quando for substantiva, ou seja, quando for com base em algo que nos une. A unidade formal vai-se com a maior das facilidades.
Neste momento, a unidade é apenas formal?
Não, já é substantiva. E isto porque, neste momento, temos um líder legitimado. Em segundo lugar, temos uma estratégia bem definida e que foi aprovada de forma maioritária. Em terceiro lugar, temos um desafio que nos une a todos. Portanto, estas três coisas é que dão substância à unidade. Unidade sem substância, não a quero. E o congresso, nesse aspeto, foi muito importante para dar substância a essa união.
O resultado para o Conselho de Jurisdição e também a existência de 11 listas para o Conselho Nacional pode ser considerado uma derrota da direção?
Continuamos a manter uma diversidade dentro do PSD, mas essa diversidade converge para um objetivo comum. Não acabámos com as divergências, há maneiras diferentes de entender como se faz oposição. Isso mantém-se, e ainda bem. Não é nada mau, o PSD vive disso. Agora, em determinadas alturas é necessário convergir para apresentarmos aos portugueses uma solução que respeite todas as outras sensibilidades. Mas o PSD não é um partido monolítico. Se fosse, eu não estava cá de certeza absoluta.
Miguel Pinto Luz continua crítico e pouco convicto numa vitória nas legislativas...
Pinto Luz acaba por ser uma espécie de herdeiro de Paulo Rangel. Portanto, vai tentar capitalizar o movimento que se formou em torno de Paulo Rangel.
Mas acha que Pinto Luz ficará na sombra à espera de uma derrota a 30 de Janeiro?
O que se passa depois, não sei. Agora, uma coisa é certa: esta diferenciação está institucionalizada, e isso é bom. Não há problema absolutamente nenhum.
E o facto de a lista de Pinto Luz ter sido a segunda mais votada para o Conselho Nacional?
Aí há alguma surpresa.