O ministro da Segurança Social citou, no parlamento, o comunicado de demissão de Paulo Portas, de julho de 2013, quando este era ministro dos Negócios Estrangeiros, para afirmar que o agora deputado do CDS-PP "está dispensado".
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O governante socialista falava durante o debate do programa do Governo do PS e, logo no início da sua intervenção, destacou que "a política é por vezes uma arte complexa" que gera "por vezes dúvidas" mas apelou ao uso da matemática.
"Utilizemos a matemática que diz sem margem para dúvidas que 122 é maior que 107", afirmou, referindo-se ao número de deputados dos partidos da esquerda e dos das bancadas da direita, respetivamente.
Vieira da Silva citou a carta de demissão de Paulo Portas de julho de 2013, quando este ocupava o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, para defender que Portas "está dispensado".
"Ao ouvir nesta casa a palavra do deputado Paulo Portas, do CDS-PP, vem-me à memória porventura a peça escrita pelo próprio que mais provavelmente ficará na história da política portuguesa, a contragosto do autor. Escrevia [Paulo Portas] há dois anos e cito: 'a forma como este Governo toma as decisões torna dispensável o meu contributo'", afirmou Vieira da Silva.
O governante dirigiu-se a Paulo Portas, que acabou por assumir a função de vice-primeiro-ministro depois de se ter demitido da pasta dos Negócios Estrangeiros, afirmando que "os representantes do povo resolveram seguir o conselho".
"O povo disse que o seu contributo para o Governo de Portugal era dispensável, está dispensado", concluiu Vieira da Silva.