<p>Um inferno de horror, morte e destruição, de lutos, dor e ódio está a abater-se por estas horas sobre a Faixa de Gaza e o território israelita adjacente", é o que lembra a organização católica internacional "Pax Christi", num apelo pelo fim das hostilidades.</p>
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A "Pax Christi" dirigia-se aos chefes políticos e militares israelitas, pedindo-lhes que considerem que estão a atingir, matar e ferir centenas de civis: "Não é possível que não tenham considerado que há muito tempo é a população de Gaza que vive sob embargo, sem corrente eléctrica, sem alimentos, sem medicamentos, sem a possibilidade de fuga". Dirige-se também aos chefes de Hamas, pedindo-lhes que considerem que os seus rockets artesanais lançados contra cidades israelitas próximas da fronteira são instrumentos de destruição e de morte: "São uma absurda e louca reacção à opressão sofrida, que se presta como álibi para uma agressão ilegal".
O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Renato Martino, considera que o diálogo entre israelitas e palestinianos é prioritário para que Gaza deixe de parecer "um grande campo de concentração".Em entrevista ao "'Ilsussidiario.net", lembra que os dois povos são "irmãos, filhos da mesma terra, mas ninguém vê o interesse do outro".
Também o Papa Bento XVI traçou, na última quinta-feira, um retrato preocupante da situação internacional, destacando o "recrudescimento da violência" na Terra Santa.
"Mais uma vez, queria repetir que a opção militar não é uma solução e que a violência, de onde quer que ela venha e seja qual for a forma que tome, deve ser condenada firmemente", assinalou.
Bento XVI falava ao receber os membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé, em representação de 177 países. Para o Papa, a actual situação em Gaza "provoca danos e sofrimentos imensos às populações civis" e complica ainda mais "a busca de uma saída para o conflito entre israelitas e palestinianos, vivamente desejado por muitos de entre eles e pelo Mundo inteiro".
O Papa deixou votos de que, "com o compromisso determinante da comunidade internacional, a trégua na Faixa de Gaza entre novamente em vigor - algo que é indispensável para dar condições de vida aceitáveis às populações - e que sejam relançadas negociações de paz renunciando ao ódio, às provocações e ao uso das armas".
Líderes cristãos tentam deter "banho de sangue"
Patriarcas, bispos e chefes das igrejas cristãs em Jerusalém manifestaram "profunda preocupação, dor e choque" perante o conflito que se verifica na Faixa de Gaza. Esperam que a comunidade internacional "assuma as suas responsabilidades e que intervenha imediata e activamente para deter o banho de sangue" em Gaza. Para o patriarca latino de Jerusalém, D. Fouad Twal, "todos os nossos sonhos, todos os nossos desejos, toda a nossa alegria desapareceram". Mensageiros da paz que merecem ser ouvidos.