As vítimas de abusos sexuais da Igreja Católica estão desiludidas com a reação da instituição às denúncias dos crimes e há quem veja nas palavras do Papa sobre o tema apenas “show-off”. Esperavam que, nesta altura, alguns membros do clero já tivessem sido demitidos, mas para algumas Francisco trouxe “esperança”.
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Cristina Amaral foi uma das 13 vítimas que esteve com o chefe do Vaticano, na quarta-feira, num momento que caracterizou como “reparador”. O Grupo VITA divulgou, ontem, que registou um aumento de pedidos de ajuda das vítimas de abusos após este encontro, durante a JMJ que termina hoje.
Um ano depois de centenas de pessoas denunciarem os abusos sexuais de que foram vítimas por parte de membros da Igreja, esperavam que o Papa se dirigisse a elas na visita ao nosso país. Logo no primeiro dia em Portugal, Francisco tocou no assunto no encontro com o clero, dizendo que é preciso “acolher e escutar” as vítimas, mas nem todas receberam a mensagem positivamente. “As pessoas foram vítimas deles, estão zangadas, e agora vão ser acolhidas? Acho ridículo, é muito show-off”, critica Manuel Cunha, 64 anos, que foi vítima de abusos sexuais em criança em Joane.