Vítimas de abusos sexuais dizem que apoio da Igreja e do Estado fica aquém do desejado
Denunciantes insistem em indemnizações e pedem mais ajuda para "sofrimento de décadas". Guido Fluri, que se dedica há anos à causa, subscreve apelo, bem como a presidente do IAC, Dulce Rocha.
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Alguns dos denunciantes de abusos sexuais na Igreja portuguesa defendem que a instituição e o Governo podiam ter ido mais longe no apoio às vítimas, à semelhança do que aconteceu noutros países. Insistem na necessidade de haver indemnizações, mas a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) diz que isso irá depender das decisões dos tribunais e que as vítimas podem pedir apoio “financeiro ou não” ao Grupo Vita e às comissões diocesanas. Uma ajuda que para algumas vítimas ouvidas pelo JN “não resolve o sofrimento de décadas”. Os apelos foram deixados na inauguração de uma exposição sobre abusos sexuais, em Lisboa.
Abusados pelo Clero ou por outros membros da Igreja, em instituições de acolhimento para crianças, clubes desportivos e pela própria família, entre outros locais, 43 homens e mulheres dão a cara na exposição “Shame” (vergonha), que está patente no Colombo, em Lisboa, até ao fim do mês.