A Igreja não é nem tem um partido político.
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Os bispos, no entanto, em nota pastoral, a propósito das próximas eleições europeias, legislativas e autárquicas, aconselham os católicos ao "dever de votar" e que o façam "em liberdade de consciência esclarecida". Esperam que os políticos formulem "programas eleitorais realistas e exequíveis", que visem "o bem comum e o interesse de todos". E que desempenhem a sua missão com "competência, cultura e vivência cívica, fidelidade e honestidade, sempre mais orientados pelo interesse nacional que pelo partidário ou pessoal".
Sendo a política "a acção do possível" e "nobre", os bispos entendem que, em todas as eleições, como na política normal, "o critério fundamental deve ser a pessoa humana concreta, servida e respeitada na sua dignidade e direitos. Assim poderá satisfazer também os seus deveres".
Pedem aos eleitores e aos eleitos que tenham em conta mais os critérios seguintes: "promoção dos direitos humanos; defesa e protecção da instituição familiar, fundada na complementaridade homem mulher; respeito incondicional pela vida humana em todas as suas etapas e a protecção dos mais débeis; procura de solução para as situações sociais mais graves: direito ao trabalho, protecção dos desempregados, futuro dos jovens, igualdade de direitos e melhor acesso aos mesmos por parte das zonas mais depauperadas do interior, segurança das pessoas e bens, situação dos imigrantes e das minorias; combate à corrupção, ao inquinamento de pessoas e ambientes, por via de alguma comunicação social; atenção às carências no campo da saúde e ao exercício da justiça; respeito pelo princípio da subsidiariedade e apreço pela iniciativa pessoal e privada, e pelo trabalho das instituições emanadas da sociedade civil, nomeadamente quando actuam no campo da educação e da solidariedade…".Finalmente, os bispos dão um conselho aos católicos: "o eleitor cristão não pode trair a sua consciência no acto de votar. Os valores morais radicados na fé não podem separar-se da vida familiar, social e política, mas devem encarnar-se em todas as dimensões da vida humana. As opções políticas dos católicos devem ser tomadas de harmonia com os valores do Evangelho, sendo coerentes com a sua fé vivida na comunidade da Igreja, tanto quando elegem como quando são eleitos".