Os votos dos emigrantes portugueses correm o risco de ficar presos nos correios de vários países e de não chegar a Portugal até ao dia 14, data-limite para que possam ser contabilizados nas eleições.
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O Governo diz que o problema está fora do seu controlo e nem sequer é uma situação nova.
"Há atrasos em variadíssimos países. Por exemplo, na Venezuela, tradicionalmente os boletins de votos nem conseguem chegar. Nos países de África, também há atrasos significativos. Ainda não chegaram, na maioria destes países", reconhece José Cesário, secretário de Estado das Comunidades, em declarações à Agência Lusa. Os portugueses recenseados fora do país apenas poderão votar nas eleições legislativas através dos boletins que chegam pelo correio.
No Brasil, a greve dos funcionários dos Correios está a afetar a chegada de boletins de voto aos emigrantes lusos. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral fora de Portugal, nenhum dos eleitores havia recebido a carta até segunda-feira, informou o Consulado Geral naquela cidade brasileira. A estimativa para a regularização da distribuição postal no Brasil é de dois dias. Já os portugueses recenseados em Timor-Leste estão descontentes com a possibilidade do seu voto não ser contabilizados. Os boletins demorarão entre três semanas a um mês a chegar a Portugal.
À greve e aos atrasos nos correios, acresce o erro na morada inscrita nos boletins que omite Portugal como país de receção das cartas. O Ministério da Administração Interna adianta que foi "instruída a rede consular" e contactados os CTT, para que fossem tomadas medidas junto dos serviços postais dos vários países, "a fim de ser assegurada a indicação de que aquele correio se destina a Portugal".