Este mês já foram feitos 45% dos testes de covid-19 desde o início da pandemia em Portugal. Chegaram mais 60 ventiladores da China. Situação em Lisboa "é estável".
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Esta quinta-feira, Portugal regista mais 304 casos de covid-19, mais 13 óbitos associados ao novo coronavírus e mais 288 doentes recuperados. A taxa de letalidade global mantém-se inalterada nos 4,3%, assim como a taxa de letalidade acima dos 70 anos continua a ser de 16,9%, disse o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia.
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O governante salientou que, desde o início da pandemia, dos mais de 770 mil testes de diagnóstico covid-19 realizados no país, mais de 45% foram feitos em maio, este foi o mês em que se fizeram mais testes de diagnóstico, com o registo de 363 mil testes.
"Esta semana chegaram a Portugal mais 60 ventiladores da China". No total, já foram recebidas 160 unidades da encomenda de 500, indicou António Lacerda Sales, aproveitando para destacar a análise, revelada esta quinta-feira, pela Escola Nacional de Saúde Pública, segundo a qual, sem confinamento, teria havido o triplo dos doentes graves em cuidados intensivos. A medida permitiu o registo de menos 5568 casos de covid-19 e menos 146 mortes. "O confinamento não só salvou vidas, como evitou o colapso dos hospitais", frisou.
O secretário de Estado revelou que "desde 1 de abril e até 27 de maio, a linha de apoio psicológico do SNS24 recebeu mais de 12800 chamadas, 1200 de profissionais de saúde".
Desde o inicio da pandemia, "3398 profissionais de saúde foram infetados em Portugal e 2161 já estão recuperados".
Situação no Bairro da Jamaica é estável
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, fez saber que a situação na região de Lisboa e Vale do Tejo "é estável". "Estávamos a prever entre 200 e 300 casos e é o que está a acontecer", explicou.
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Em relação ao Bairro da Jamaica, no Seixal, Graça Freitas indicou que este surto "não é novo" - teve início em meados do mês - e já há doentes curados (quatro recuperados de um total de 16 casos positivos), por isso, "a situação no bairro é estável".
Acrescentou que o pedido de encerramento dos cafés do bairro, por parte da autoridade de saúde local, se deve ao facto de nesses espaços se concentrarem muitas pessoas. Questionada sobre a particularidade de muitos deles serem ilegais, Graça Freitas indicou que as autoridades policiais podem fiscalizar o encerramento pois a sua localização é conhecida. O objetivo do encerramento é travar a propagação do vírus.
175 trabalhadores da Sonae positivos
Sobre o polo logístico da Sonae na Azambuja, Graça Freitas atualizou os números: "foram feitos testes a 833 trabalhadores e 175 deram positivo".
"São jovens, saudáveis e quase todas assintomáticos ou com sintomas muito ligeiros", sublinhou. "Só um caso continua internado - é um senhor, que apesar de [ser] jovem tem fatores de risco, e a sua situação é estável", disse.
Além da Sonae foram feitos testes em mais quatro empresas, tendo sido detetados "um total de sete casos positivos - três numa, dois, um e um nas outras".
Surto em lar de Queluz
Esta quinta-feira, ainda sobre a situação na região de Lisboa, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou um surto "num lar em Queluz", no concelho de Sintra, "com seis infetados entre os colaboradores e com 32, dos seus 62 utentes que foram testados, positivos". Há registo de dois óbitos.
"Há uma intervenção em curso neste lar", adiantou, garantindo: "A situação em Lisboa tende para a estabilidade".
Neste contexto, Graça Freitas referiu que no setor da construção civil, "as situações são mais difíceis de contabilizar porque há obras diferentes mas os trabalhadores são os mesmos", no entanto, "não houve reporte de nenhum foco nas últimas horas".