O Governo aprovou a mobilidade de médicos e enfermeiros para o Algarve. "O país está à beira de controlar a situação epidémica", mas é preciso cumprir o isolamento e manter a distância social durante as férias.
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Com vista a reforçar os cuidados de saúde no Algarve, devido ao afluxo de pessoas em tempo de férias e no âmbito da pandemia de covid-19, o Governo assinou um despacho que autoriza a mobilidade de médicos e enfermeiros.
"Assinei um despacho que autoriza a mobilidade de médicos e enfermeiros para serviços e estabelecimentos de saúde situados na área geográfica de influência da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve de acordo com as necessidades", anunciou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
"Os profissionais de saúde poderão ver as vagas na página da ARS e candidatar-se através de email", acrescentou o governante na conferência de imprensa diária sobre a evolução epidemiológica da covid-19 em Portugal.
89% dos novos casos em Lisboa e Vale do Tejo
Portugal regista, esta sexta-feira, mais 10 mortes associadas ao novo coronavírus e 377 novos casos positivos. Do total de novas infeções, 336 pertencem à região de Lisboa e Vale do Tejo, ou seja, 89%, indicou Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.
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"A tendência é estável mas com números de incidência elevados", acrescentou, sublinhando o esforço de testagem que está a ser feito "para detetar casos positivos que não estão sintomáticos".
Segundo António Lacerda Sales, "o INEM já fez 13500 colheitas" em trabalhadores de empresas da região de Lisboa.
529 mortos em lares de idosos
O secretário de Estado revelou ainda o ponto de situação na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, referindo que 13 unidades registaram casos positivos, de um universo de 362, havendo 26 doentes infetados. Faleceram 15 utentes devido à covid-19, mas não se regista nenhum óbito desde 22 de abril, frisou.
Em relação a lares, "houve 529 óbitos: 273 no Norte; 141 no Centro; 109 em Lisboa e Vale do Tejo; um no Alentejo e cinco no Algarve", enumerou.
Se tem de cumprir isolamento, não saia de casa
Graça Freitas deixou um "apelo muito sério" a "todas as pessoas que saibam que estão positivas para covid, tenham ou não tenham sintomas, e as pessoas que são os seus contactos próximos e estão sob vigilância clínica: mantenham o isolamento durante 14 dias após o início dos sintomas, do teste positivo ou da data em que souberam que estiveram em contacto com um caso positivo".
"O país está à beira de controlar a situação epidémica e temos de fazer um esforço final para quem está positivo ou teve contacto com um positivo e quem está com medidas de isolamento, cumprir esse isolamento", apelou.
"Estas pessoas não devem ir trabalhar, não devem ir conviver e os seus filhos não devem ir à escola ou à creche", frisou.
Quem está nesta situação, "não deve circular, nem em Lisboa, nem fora de Lisboa, deve ficar na sua casa, isolado durante 14 dias", reiterou Graça Freitas, com insistência. "Não deve ir nem para a casa do lado".
Vamos fazer o último esforço de contenção social
A diretora-geral da Saúde fez ainda outro apelo, tendo em conta que "se aproxima uma semana de feriados e a época habitual de férias". Disse que "vamos poder fazer férias mas de forma diferente" pois "temos de manter o nosso distanciamento físico com as pessoas que não habitamos" sejam "amigos, familiares, conhecidos ou pessoas que prestam serviços" nos locais de alojamento.
"Não partilhar objetos, como garrafas, copos, toalhas, etc." é igualmente exigido, assim como "utilizar máscara" e manter a higienização das mãos e das superfícies.
"Já todos sabemos estas regras, agora é continuar a aplicar. Não descontrair demasiado", alertou Graça Freitas. "Vamos fazer o último esforço de contenção social" com "um comportamento afetivo à mesma, divertido à mesma, mas com a regra da distância física".
"O grande conselho", nas deslocações para fora da zona de residência, é que o façam "de forma ordeira, nas suas próprias viaturas e sem misturar agregados familiares", afirmou. "A lógica é que as pessoas não se juntem se não pertencem ao mesmo agregado familiar", recomendou.
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