A duplicação da população elegível para receber reforço de vacina contra a covid-19 vai implicar mais meios, assumiu este domingo, o secretário de Estado Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, no centro de vacinação em Mafra. Hoje foi batido o recorde de adesão à terceira dose: mais de 42 mil vacinas administradas.
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De acordo com a atualização da norma da Direção Geral de Saúde, até ao Natal, além das 900 mil pessoas com mais de 65 anos que podem receber a terceira dose, vão ser chamados recuperados e homens com mais de 18 anos vacinados com uma dose da Janssen. A medida implica um acréscimo de mais 1,8 milhões de pessoas elegíveis, até 25 de dezembro, para reforçarem a vacinação.
"Vão ser necessários, com certeza, mais reforços. Com a duplicação do número de elegíveis temos de reprogramar em termos logísticos, de meios e de planeamento. É mais do dobro das pessoas", assumiu Lacerda Sales aos jornalistas. O secretário de Estado explicou que o reforço do processo será feito "em cooperação com o ministério da Defesa, as Forças Armadas", os serviços do ministério da Saúde, autarquias. O novo coordenador do plano de vacinação, coronel Carlos Penha-Gonçalves, e as administrações regionais de Saúde estão "a avaliar" a capacidade da estrutura, isto é se será necessário aumentar o número de centros ou a sua dimensão.
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Adesão à vacina essencial para "Natal tranquilo"
Os adultos a partir dos 18 anos que levaram uma dose de vacina da Janssen vão ser chamados para receber um reforço. O secretário de Estado não apontou metas, nem prazos quanto a este processo, mas assegurou que a prioridade será a mesma: por ordem decrescente. Isto é, dos mais velhos para os mais novos. "Começamos sempre pelos mais vulneráveis, os mais idosos", garantiu.
Lacerda Sales apelou à adesão à vacinação e frisou que o reforço da imunidade é essencial para se conseguir um Natal mais seguro e tranquilo. "Para que isso aconteça é de facto necessário que este mês haja uma grande adesão como hoje nos próximos dias".
O secretário de Estado não apontou nenhuma nova meta relativa ao número de vacinados que deve ser atingido até ao Natal. Até 19 de dezembro, recorde-se, estava previsto receberem a terceira dose 900 mil pessoas com mais de 65 anos. A duplicação dos elegíveis, insistiu à Imprensa, forçou a "reprogramação de tudo o que estava planeado".
DGS vai avaliar vacinação de crianças
Na próxima quarta-feira, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deve anunciar se dá ou não luz verde à vacinação das crianças, entre os 5 e 11 anos, com a vacina da Pfizer. É nos mais novos que a taxa de incidência mais tem aumentado. No relatório "linhas vermelhas", divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a incidência na faixa etária dos menores de 9 anos era de 298 casos por 100 mil habitantes, mais do dobro da registada entre os idosos com mais de 80 anos (120 casos). Na reunião, Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), defendeu a vacinação das crianças.
Hoje, Lacerda Sales remeteu uma decisão da administração da vacinação às crianças para a avaliação da Direção Geral da Saúde.
"Vamos esperar pela decisão", insistiu, garantindo que se essa imunização também avançar haverá meios e vacinas.