A "grande maioria" dos guardas florestais do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR não compareceu ao trabalho nesta quarta-feira, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), aderindo à greve em defesa de uma tabela salarial específica e de atribuição de suplementos remuneratórios, entre outras reivindicações.
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De acordo a FNSTFPS, a adesão média nacional foi superior a 90%, tendo atingido os 100% nos destacamentos de Braga, Póvoa de Lanhoso, Barcelos, Miranda do Douro, Torre de Moncorvo, Santo Tirso, Amarante, Penafiel, Felgueiras, Monção, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Peso da Régua, Pombal, Abrantes, Coruche, Palmela e todos os do Comando Territorial de Faro.
A paralisação, que foi cumprida no Dia Nacional do Guarda Florestal, visa exigir ao Ministério da Administração Interna (MAI) a aprovação de uma tabela remuneratória específica para os cerca de 400 profissionais desta carreira e a atribuição de suplementos remuneratórios relativos à função policial e ao cumprimento de trabalho em patrulha e de escalas de serviço.
Os guardas florestais sentem-se discriminados quanto à atribuição daqueles suplementos, cuja negociação com as associações sindicais e profissionais das forças de segurança o MAI já iniciou. Segundo a coordenadora da FNSTFPS naquele ministério, Elisabete Gonçalves, ouvida pelo JN, o Governo tem alegado estar a estudar a matéria.
Aqueles guardas, que transitaram para o SEPNA em 2006 com o estatuto de funcionários civis da GNR, têm estatutariamente atribuídas as funções de policiamento florestal, da caça e da pesca e constituem um órgão de polícia criminal para a investigação das causas dos incêndios florestais, explica a federação.
Outras reivindicações são a atribuição de um abono para falhas, a revisão do estatuto profissional designadamente quanto à idade de aposentação, a consagração da autonomia operacional do corpo da guarda florestal do SEPNA e a melhoria das condições de trabalho quanto a uniformes e viaturas.
A FNSTFPS acusa o ministro de, na reunião de sexta-feira passada, não ter apresentado qualquer proposta para a abertura de negociação das reivindicações. Segundo aquela dirigente, José Luís Caneiro comprometeu-se a estudar as prioridades apresentadas e a realizar um novo encontro em meados de junho.
O JN aguarda esclarecimentos do gabinete do ministro sobre a disponibilidade para negociar as exigências dos profissionais e dados sobre a adesão à greve.