A ministra da Saúde, Marta Temido, informou esta sexta-feira que há 3681 profissionais de saúde infetados no país, entre eles 516 médicos e 1180 enfermeiros, e que faleceu um dos pacientes infetados no IPO de Lisboa.
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Durante a conferência de imprensa de apresentação do boletim epidemiológico desta sexta-feira, Marta Temido informou que, neste momento, são 3681 os profissionais de saúde portugueses infetados com o novo coronavírus.
Sem adiantar informações quanto à identidade do médico de 68 anos que faleceu, esta madrugada, nos cuidados intensivos do hospital de São José, em Lisboa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou que há uma nova indicação para a testagem dos profissionais dos hospitais do país.
A partir de agora, "um profissional de saúde assintomático que tenha tido contacto com doente infetado será testado", informou.
"Estamos a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão"
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a média do indicador de Risco de Transmissibilidade (RT) de covid-19 entre os dias 11 e 15 de junho foi de 0,98. "Isto quer dizer que estamos a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão", reconheceu Marta Temido.
Morreu paciente infetado no IPO de Lisboa
A ministra da Saúde confirmou ainda a morte de um paciente infetado no IPO de Lisboa. O doente tinha sido transferido para outro hospital, onde acabou por falecer. Ainda assim, Graça Freitas garantiu que a situação no Instituto Português de Oncologia "está controlada".
Segundo informou, entretanto, o IPO, em comunicado, o doente que morreu sofria de "doença avançada e múltiplas complicações prévias".
Outro paciente com covid-19, que tinha sido diagnosticado com pneumonia, foi transferido para uma unidade de cuidados intensivos, "para maior vigilância, atendendo à avaliação clínica".
No total, foram identificados até ao momento 13 casos de infeção em profissionais (médicos, enfermeiros e assistentes operacionais) e 17 em doentes, adianta.
Segundo o instituto, "os doentes internados e com infeção foram transferidos para outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde, onde estão a ser acompanhados por equipas especializadas, em estreita articulação com o Serviço de Hematologia do IPO Lisboa".
Bares e discotecas? "Todos vimos o resultado de uma festa no Algarve"
Em relação à abertura de bares e discotecas, a diretora-geral da Saúde pede "calma". "Todos vimos o resultado de uma festa no Algarve. Temos de ser parcimoniosos nos nossos ajuntamentos e convívios. A DGS está sensível a que a economia funcione mas temos de ter a situação epidemiológica controlada. Não podemos fazer festas como fazíamos antes. Isto coloca em risco a saúde, a economia e o país", sustentou.
A propósito do surto em Lagos devido à realização de uma festa ilegal - da qual resultaram, até agora, 76 casos positivos de covid-19 - Marta Temido recorda que "a violação das regras é crime".
"Não é um cerco sanitário que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa a sua saúde, a saúde das que lhe estão próximas e a capacidade de resposta de todo o sistema de saúde", frisou Marta Temido.
Reunião em Lisboa para avaliar "medidas de supressão da doença"
A região de Lisboa continua a ser a que "merece maior preocupação" e onde se encontra, em cinco concelhos, o maior aumento do número de casos de infeção.
Não avançando se está ou não em causa a realização de cordões sanitários, Marta Temido adiantou que, na próxima segunda-feira, haverá uma reunião (que contará com a participação do primeiro-ministro e do presidente da autarquia lisboeta) para se analisar "medidas de supressão da doença".