O inquérito serológico nacional realizado pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge já terminou e os primeiros resultados serão anunciados ainda este mês de julho.
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Cerca de 2100 pessoas participaram no inquérito serológico nacional que está a ser realizado pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), para conhecer o nível de imunidade ao SARS-CoV-2 em Portugal, anunciou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta segunda-feira sobre a evolução da pandemia em Portugal.
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Os testes arrancaram a 27 de junho e terminaram na passada sexta-feira (dia 3 de julho), acrescentou o governante, apontando "resultados ainda este mês".
Fernando Almeida, presidente do INSA, também presente na conferência de imprensa, confirmou: "na segunda quinzena de julho iremos apresentar os primeiros resultados".
Na sequência dos resultados, o INSA está a preparar três novos estudos sobre imunidade à covid-19, dedicados a pessoas infetadas com o novo coronavírus, profissionais de saúde e mães e recém-nascidos.
Fernando Almeida explicou que se pretende perceber o nível de anticorpos e o nível de imunização decorrentes da doença, e no caso das grávidas e recém-nascidos perceber se uma mãe que tenha estado infetada pode ou não transmitir anti-corpos ao bebé.
Sobre o estudo dedicado a profissionais de saúde, o presidente do INSA afirmou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou interesse no projeto e se manifestou disponível para apoiar com recursos materiais.
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Portugal contabiliza 1620 óbitos de covid-19 e 44129 casos de infeção, segundo o boletim diário divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o que representa uma taxa de letalidade global de 3,7%, indicou António Lacerda Sales.
Questionado sobre as diferenças de dados entre as autoridades locais de saúde e os dados divulgados pela DGS, o secretário de Estado da Saúde apontou duas justificações. Uma delas diz respeito às plataformas utilizadas para registo dos casos de infeção pelo novo coronavírus - o SINAVE Lab e o SINAVE Med e a plataforma Trace Covid.
"Estamos a tentar integrar estas plataformas numa plataforma única, com dados integrados", sublinhou. Estará disponível "dentro de pouco tempo", acrescentou, defendendo: "estamos a melhorar".
Por outro lado, quando as autoridades de saúde locais detetam casos positivos têm como prioridade, "e bem, ir ao encontro dos doentes" para os isolar e "depois é que reportam" oficialmente, o que também contribui para a discrepância de dados.
Esta situação não é exclusiva de Portugal, apontou o secretário de Estado da Saúde, dando os exemplos do Reino Unido, Espanha e França que também fizeram correções aos seus dados. "Todos os países fazem ajustamentos", concluiu.