
Adelino Meireles / Global Imagen
Três ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sediadas no Porto, Gaia e Coimbra, estiveram, na segunda-feira, paradas por avaria e não havia veículos para as substituir.
Foi o culminar de um problema que tem vindo a agravar-se e que tem perturbado o socorro. O INEM admite que a frota está envelhecida e aguarda a entrega de 22 novas viaturas no próximo mês.
As avarias dos meios do INEM têm sido frequentes e as viaturas passam boa parte dos dias nas oficinas, cuja qualidade das reparações também tem sido questionada, apurou o JN junto de várias fontes daquele instituto.
Ontem, a ambulância de emergência médica (AEM) Porto 5, sediada nas instalações da Polícia Municipal, na Foz do Douro, e a AEM Gaia 2, cuja base fica próximo da Serra do Pilar, estiveram inoperacionais por avaria e por não haver reservas para substituí-las. Também uma ambulância de Coimbra esteve avariada sem ter sido possível substituí-la, confirmou o INEM ao JN.
Organismo dá garantias
As três estão a ser reparadas, "prevendo-se que seja possível retomarem a atividade brevemente", assegurou o instituto. Ao JN, o INEM destacou o funcionamento em rede de complementaridade do Sistema Integrado de Emergência Médica, realçando que nos concelhos do Porto e Gaia há 14 ambulâncias (INEM, bombeiros e Cruz Vermelha), além de outros meios mais diferenciados, "não estando por isso em causa o socorro às populações".
Contactado pelo JN, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Pedro Moreira, admitiu as dificuldades, referindo que é frequente, na mesma semana, uma equipa de uma ambulância trocar três a quatro vezes de veículo. As avarias acontecem durante as ocorrências, o que prejudica a celeridade do socorro, admite. "Ainda há dias, estávamos no local, prontos a regressar, e a ambulância não pegou. Isto pode acontecer com qualquer carro, mas em ambulâncias antigas a probabilidade é sempre maior", afirmou. E as dificuldades da logística para encontrar soluções são constantes. Pedro Moreira acrescenta que tem recebido várias queixas de técnicos que ficam duas a três horas à espera que uma ambulância avariada seja substituída.
"Como é do conhecimento público, o INEM tem uma frota de ambulâncias envelhecida que não tem sido possível renovar com a celeridade desejada, situação que se agrava naturalmente com o desgaste que a condução de emergência imprime nos veículos", refere o instituto.
A abertura do concurso público para a aquisição de ambulâncias, tramitado pelos serviços partilhados da administração pública (ESPAP), data de 2016, o que prova a demora do procedimento. "O INEM tem encetado todos os esforços para que estas 22 ambulâncias possam entrar em funcionamento o mais rapidamente possível e assim tentar diminuir o impacto de uma frota de ambulâncias envelhecida", conclui.
