O BE espera que o Governo "tire responsabilidades" no Conselho Ministros extraordinário de sábado, quanto às consequências dramáticas dos incêndios. PSD e CDS-PP destacam que o Estado falhou.
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A coordenadora do BE defendeu esta segunda-feira a necessidade de mudar a estrutura governamental para juntar a prevenção ao combate aos incêndios, esperando que o Governo "tire responsabilidades" no Conselho de Ministros de sábado.
"Eu julgo que é difícil alterarmos o paradigma de proteção civil e de defesa da floresta sem mexermos na estrutura governativa", disse Catarina Martins numa conferência de imprensa.
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A coordenadora do BE foi perentória: "eu espero que o Governo tire responsabilidades no próximo sábado [dia do Conselho de Ministros]. Não me passa pela cabeça outra coisa".
O PSD expressou as "mais profundas condolências aos familiares e amigos de todas as vítimas dos incêndios" deste fim de semana e, apesar da "excecionalidade da conjuntura", lamentou a falência do Estado em momentos que as populações precisam.
No mesmo comunicado, "o PSD apela a todos os agentes políticos responsáveis para que tomem em consideração, com a máxima urgência e atenção, as conclusões que a Comissão Técnica Independente produziu, através do parlamento".
O CDS-PP acusou o primeiro-ministro de nada ter feito na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande. Em comunicado, a direção do CDS-PP, presidido por Assunção Cristas, exigiu ao primeiro-ministro "o esclarecimento sério, cabal e consequente" sobre o que "falhou" nos últimos quatro meses no combate aos incêndios, depois da tragédia de Pedrógão Grande, em junho.
À esquerda, o dirigente do PCP João Frazão exigiu uma mudança nas políticas florestais em Portugal, recusando a ideia de demissão de ministros ou outros protagonistas políticos como solução. "Pela nossa parte, consideramos que é necessário que o Governo apure todas as responsabilidades e daí retire todas as consequências devidas. Como é sabido, não é da prática do PCP reclamar a demissão deste ou daquele governante avulso até porque, como a situação da floresta portuguesa bem evidencia, o problema não é de protagonistas", disse.
A direção do PS apresentou as condolências às famílias das vítimas atingidas pelos incêndios de domingo e insistiu na necessidade de ação para que se concretize uma reforma estrutural da floresta, numa alusão ao pacote de reforma da floresta, que foi parcialmente aprovado no final da anterior sessão legislativa no parlamento e deverá estar concluído até ao fim deste ano.