
MÁRIO CRUZ/LUSA
Ligação ferroviária de 94 km custa 509 milhões. Obra avança em 2019.
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, atravessa esta segunda-feira a fronteira para se juntar ao primeiro-ministro português, António Costa, em Elvas. Os dois líderes ibéricos dão o pontapé de saída da ligação ferroviária entre Évora e Elvas, o troço que falta para que Portugal integre a rede transeuropeia de transportes. O concurso público da linha de 94 quilómetros, orçada em 509 milhões, será lançado no Museu de Arte Contemporânea, em Elvas. A obra arrancará no primeiro trimestre de 2019.
A construção da linha permitirá ao porto de Sines escoar produtos por via férrea, cerzindo o corredor internacional sul. A calendarização da intervenção, financiada por fundos europeus, aponta a conclusão da obra para o primeiro trimestre de 2022. Trata-se do maior troço de linha férrea rasgado em Portugal nos últimos cem anos. Mas não será a única peça a colocar no puzzle de ligações ferroviárias a Espanha.
No mesmo dia, Rajoy e Costa também presidirão à assinatura do contrato de modernização do troço de caminho de ferro entre Elvas e Caia, na fronteira com Espanha. O custo total é de 388 milhões de euros, beneficiando de uma comparticipação de 56% da União Europeia (184 milhões).
Na Covilhã, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, dará início à requalificação e eletrificação da ligação férrea entre Covilhã e Guarda. Neste caso, saem 68 milhões de euros do Portugal 2020 e 17 milhões do Orçamento de Estado para cobrir a modernização dos 46 quilómetros. As carruagens voltarão a circular no segundo semestre do próximo ano.
A comissária europeia dos Transportes, Violeta Bulc, já destacou a importância de ambos os investimentos que colocam "Portugal a bordo" de uma rede ferroviária europeia moderna e abrangente, garantindo o acesso direto a Espanha e a outros estados-membros do mercado único. "Há projetos que não podem acontecer sem intervenção da União Europeia, designadamente projetos transfronteiriços onde a assistência da União Europeia é absolutamente necessária", considerou Violeta Bulc, que também estará presente na cerimónia em Elvas.
Feitas as contas, a comissária sublinha que serão necessários 500 mil milhões de euros adicionais até 2030 para concluir todos os troços em falta nos nove corredores de transportes europeus, incluindo o corredor do Atlântico.
