
Salvador Malheiro
Artur Machado / Global Imagens
Salvador Malheiro, autarca de Ovar, garante que empresa contratada por ajuste direto de dois milhões é a única produtora de relva sintética em Portugal.
O diretor de campanha de Rui Rio e autarca de Ovar, Salvador Malheiro, nega ter favorecido a Safina, empresa que contratou, por ajuste direto, durante o seu primeiro mandato à frente da Câmara, entre 2013 e 2017.
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Salvador Malheiro está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) por alegadamente ter beneficiado a empresa, que tem como sócio Pedro Coelho, presidente da Comissão Política do PSD de Ovar e que é vereador na autarquia. O negócio, que envolveu o fornecimento de relvados sintéticos para clubes do concelho, custou dois milhões de euros.
Mas o autarca nega ter cometido qualquer ilegalidade ou ter favorecido a Safina, sublinhando que o inquérito que está a correr - e que a Procuradoria-Geral da República adiantou, na semana passada, não ainda ter arguidos constituídos - teve por origem "uma denúncia anónima".
Numa declaração escrita ao JN, Salvador Malheiro confirma que Pedro Coelho é sócio da Safina, mas garante que essa ligação nada teve a ver com a contratação da empresa pela autarquia. "É o único produtor de relva sintética de Portugal e instala campos por todo o país", explica o autarca, acrescentando que o volume de faturação da empresa, nos últimos quatro anos, foi superior a 60 milhões de euros. "E, durante o mesmo período, faturou com os clubes vareiros [de Ovar], menos de dois milhões", argumenta.
O diretor de campanha de Rui Rio acrescenta que todos os contratos celebrados "com os vários clubes" de Ovar "foram aprovados por unanimidade em sede de reuniões de Câmara". E que nos contratos-programa celebrados com cada um dos clubes ficou "perfeitamente estipulado o montante atribuído a cada um para a realização das obras de modernização dos campos".
"A Câmara apenas contratualizou com os clubes, nunca com empreiteiros ou fornecedores", remata Salvador Malheiro.
O autarca adianta que se está a "preparar" para processar "os órgãos de comunicação social que têm denegrido" o seu nome, ao noticiarem a abertura do inquérito pelo MP.
