Valores mais significativos de precipitação no Norte e Centro. Pluviosidade dos últimos dois dias causou danos em Aveiro e cheias em Águeda.
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Apesar da chuva persistente que se tem registado nos últimos dias, em particular nas regiões Norte e Centro, estamos longe quer de recordes quer da média que seria normal para esta altura do ano no país. Nos primeiros 15 dias deste mês, o valor médio de precipitação no território corresponde a cerca de 45% do normal para novembro, de acordo com o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA). Que antevê, para esta sexta-feira, queda de neve nas terras altas.
Ao JN, aquele instituto explicou que os valores "mais significativos de precipitação registaram-se nos dias 8, 13 e 15, com totais acumulados em 24 horas superiores a 30 milímetros em muitos locais da região Norte e Centro". Contudo, vinca, "não foram ultrapassados os anteriores maiores valores de precipitação em 24 horas para o mês de novembro".
Assim, nesta primeira quinzena, e tendo por análise o valor médio mensal de precipitação (série longa 1971-2000), choveu cerca de 45% do que seria normal em novembro. Aliás, como o JN noticiou nesta semana, as albufeiras a Sul do país mantêm-se em níveis críticos, enquanto a bacia do Lima quase duplicou as reservas em três semanas e a do Douro está a 86,7%. No total, as reservas estão a 60% da capacidade total.
Estragos
A região de Aveiro foi das mais afetadas pela chuva dos últimos dias, com inundações em vários concelhos e quedas de árvore com prejuízos.
Em Águeda, a Rua Dr. Manuel Pinto, na margem esquerda do rio, ficou submersa, "mas sem danos", contou o presidente da Câmara, Jorge Almeida, salientando que o carro que ficou com água pela metade está "abandonado" e até já foi sinalizado para ser "removido para abate". O pico das cheias deu-se durante a madrugada de hoje e, ao início da tarde, o nível da água estava já a descer.
A rua em causa "inundará sempre" em cenários de elevada pluviosidade, por se encontrar a uma cota muito baixa, explicou o autarca. Os proprietários das "casas e comércios" ali localizados já têm o hábito de tomar precauções com os bens no rés-do-chão dos imóveis, acrescentou, salientando que uma solução permanente teria de passar por "construir uma muralha à volta das casas", o que "não faz sentido nenhum".
Segundo Jorge Almeida, o sistema de drenagem de águas pluviais, instalado na margem direita do rio, com o intuito de proteger a baixa histórica de Águeda de cheias, "funcionou como era previsto", evitando que aquela área ficasse inundada e que se registassem danos.
A elevada pluviosidade levou à interdição do trânsito nas ruas próximas da cidade que habitualmente ficam submersas com estes episódios naturais, que alagam igualmente campos junto ao rio.
Na cidade de Aveiro, duas árvores caíram, na quarta-feira, em cima de viaturas estacionadas, provocando danos materiais, mas não feridos, disse ao JN fonte dos bombeiros Velhos de Aveiro. Um dos casos aconteceu na Rua Eng. Carlos Bóia, com uma árvore a cair em cima de um carro. O outro foi perto da Secundária Mário Sacramento, tendo a árvore atingido duas viaturas.